Caminhão funerário chega ao IML de Paris, onde estavam alguns familiares das vítimas (Fred Dufour/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2011 às 09h52.
Bayonne, França - Os corpos de 104 das 228 vítimas do acidente do voo da Air France Rio-Paris, ocorrido há dois anos, chegaram nesta sexta-feira à capital francesa, onde acontecerá um longo processo de identificação.
Os três primeiros caminhões funerários chegaram às 9h (4h de Brasília) ao Instituto Médico Legal (IML) de Paris, onde estavam alguns familiares das vítimas.
Os contêineres com os corpos foram transportados por estrada durante a noite a partir de Bayonne, sudoeste da França, onde chegaram na quinta-feira a bordo do navio "Ile-de-Sein", que também transportou destroços do avião.
O IML será responsável pelos exames técnicos e das arcadas dentárias, assim como pela extração de mostras de DNA, que possibilitarão a identificação das vítimas.
As operações mobilizarão três médicos legistas, dois radiologistas e dois ortodontistas.
Cinquenta corpos haviam sido encontrados após o acidente, que aconteceu em junho de 2009. Assim, mais de 70 permaneceram no fundo do oceano.
"A comissão de identificação validará (...) este trabalho de identificação para permitir que as famílias de recebam e enterrem seus mortos", disse uma fonte policial.
"Será preciso estabelecer pelo menos uma semana, ou até duas, antes de apresentar elementos", segundo o comando da polícia, para quem "o objetivo é entregar o quanto antes e o mais rápido possível os corpos às famílias".
O chefe do Instituto de Pesquisas Criminais da Polícia Militar Nacional, François Daoust, havia estimado no dia 13 de junho que o trabalho de identificação levaria "semanas, e até meses".
O processo de identificação divide as famílias. Já indignadas no final de maio com o "desenrolar caótico da investigação técnica, elas têm opiniões divergentes sobre a decisão da justiça de resgatar seus entes para identificação.
"A operação suscitou polêmica, já que alguns queriam e outros não. Tínhamos pedido à juíza que indicasse em quais condições de dignidade o resgate dos corpos seria organizado", explicou o vice-presidente da Associação Ajuda Mútua e Solidariedade AF447, Robert Soulas.