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Coronavírus é contagioso antes de sintomas aparecerem

Ministro chinês afirmou que o período de incubação do vírus pode variar de um a 14 dias, quando a infecção pode acontecer

Com coronavírus, chineses evitam sair de casa e usam máscaras  (Qilai Shen/Bloomberg)

Com coronavírus, chineses evitam sair de casa e usam máscaras (Qilai Shen/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 26 de janeiro de 2020 às 13h56.

Última atualização em 27 de janeiro de 2020 às 11h58.

Pequim/Xangai - A capacidade de se espalhar do novo coronavírus está se fortalecendo, e as infecções podem continuar a crescer, afirmou a Comissão Nacional de Saúde da China neste domingo, com mais de 2.000 pessoas no país infectadas e 56 mortas pela doença.

Autoridades de saúde ao redor do mundo correm para evitar uma pandemia, depois que alguns casos de infecções foram relatados fora da China, como Tailândia, Austrália, Estados Unidos e França.

O prefeito de Wuhan, epicentro do surto, disse que esperava mais 1.000 novos pacientes na cidade, que está acelerando a construção de hospitais especiais.

O novo coronavírus gerou alarme porque ainda não se sabe muito sobre ele, como o quão perigoso é ou quão fácil se espalha entre as pessoas. Pode causar pneumonia, o que foi fatal em alguns casos.

O ministro da Comissão Nacional de Saúde da China, Ma Xiaowei, afirmou que o período de incubação do vírus pode variar de um a 14 dias, período em que a infecção pode acontecer, o que não era o caso com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS).

A SARS foi um coronavírus originado na China e que matou quase 800 pessoas ao redor do mundo em 2002 e 2003.

"Segundo informações clínicas recentes, a habilidade de se espalhar do vírus parece estar ficando mais forte", afirmou Ma a repórteres.

A Organização Mundial de Saúde não caracterizou o surto como uma emergência de saúde global, mas alguns especialistas questionam se a China pode conter a epidemia.

Oficiais de saúde em Orange County, na Califórnia, relataram um terceiro caso registrado nos Estados Unidos, em um viajante de Wuhan, que estava isolado e em boa condição.

No sábado, o Canadá declarou seu primeiro caso "presumível" em um residente que havia retornado de Wuhan. A Austrália confirmou seus quatro primeiros casos.

Não houve mortes relatadas fora da China.

No domingo, a China proibiu temporariamente em todo o país a venda de animais silvestres em mercados, restaurantes e plataformas de comércio eletrônico.

Animais selvagens e caçados, muitas vezes empacotados juntos em mercados chineses, têm sido considerados incubadoras que permitem ao vírus evoluir e pular a barreira das espécies para os seres humanos.

O Departamento de Estado norte-americano afirmou que irá realocar os funcionários de seu consulado em Wuhan para os Estados Unidos, e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe disse que seu governo estava trabalhando com a China para organizar um voo que levasse cidadãos japonesas de Wuhan de volta ao país.

CANCELAMENTOS, FALTA DE SEGURANÇA

Autoridades de saúde em Pequim pediram que as pessoas não apertassem as mãos das outras, mas que se cumprimentassem com o tradicional gesto da mão em concha. O conselho foi enviado em uma mensagem de texto para usuários de celulares na cidade na manhã de domingo.

Pequim também adiou a reabertura das escolas e universidade da cidade, depois do feriado do Ano Novo Lunar, afirmou a rádio estatal. Hong Kong já havia adiado a reabertura de suas escolas para 17 de fevereiro.

A China tem exigido transparência na administração da crise, depois que uma tentativa de acobertá-la destruiu a confiança do público, mas oficiais em Wuhan têm sido criticados pela maneira como estão lidando com o surto.

Ilustrando a extensão da perturbação à vida na China, o total de passageiros em viagens caiu quase 29% no sábado, o primeiro dia do Ano Novo Lunar, em relação a um ano antes, com passageiros aéreos em queda de 42%, afirmou um oficial do Ministério do Transporte.

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