Famílias se reencontram: a Guerra da Coreia separou centenas de milhares de famílias e a imensa maioria não pôde reencontrar-se até o momento porque a fronteira permanece hermeticamente fechada (REUTERS/Lee Ji-eun/Yonhap/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2015 às 08h43.
Seul - Coreia do Norte e Coreia do Sul trocaram nesta quinta-feira as listas das famílias que participarão da primeira reunião, em mais de um ano e meio, de parentes separados pela Guerra da Coreia (1950-53) que será realizada no final deste mês.
Um total de 97 famílias da Coreia do Norte e 90 da Coreia do Sul se reunirão com seus parentes do outro lado da fronteira entre os dias 20 e 26, segundo as listas finais trocadas hoje por ambas partes, informou à Agência Efe uma representante do Ministério da Unificação de Seul.
Inicialmente se esperava que as listas incluíssem 100 solicitantes de cada país, mas finalmente o número foi reduzido pela indisponibilidade de seus familiares para comparecer à reunião, principalmente por motivos de saúde, indicou a representante.
A maioria dos solicitantes tem mais de 70 anos e muitos deles mais de 80, razão pela qual em muitos casos seus parentes do outro lado da fronteira sofrem graves problemas de saúde por sua avançada idade ou já morreram.
O próximo encontro, que acontecerá no resort do monte Kumgang, situado ao sudeste da Coreia do Norte, é o resultado do acordo ao que chegaram os governos de Seul e Pyongyang para pôr fim a um intenso episódio de tensão e abrir o caminho a uma melhora nas relações bilaterais.
A Guerra da Coreia, que confirmou a divisão da península em duas, separou centenas de milhares de famílias e a imensa maioria não pôde reencontrar-se até o momento porque a fronteira entre ambos países permanece hermeticamente fechada.
Desde que em 1985 aconteceu a primeira reunião de famílias separadas, foram organizadas até agora 19 edições - a maioria delas na década passada - nas quais participaram aproximadamente 18.800 parentes de ambos lados.
Apenas na Coreia do Sul, 129.264 pessoas solicitaram participar deste tipo de evento nos últimos 30 anos, das quais hoje continuam vivas aproximadamente a metade.