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Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 08h53.
Tóquio - A Coreia do Sul expressou sua "profunda inquietude" em relação ao anúncio da execução de Jang Song-Thaek, tio do líder norte-coreano Kim Jong-un. "O governo está profundamente inquieto em relação aos recentes eventos na Coreia do Norte e está acompanhando de perto a situação", afirmou em comunicado o Ministério da Unificação, que gere as relações com Pyongyang. A nota afirma que a Coreia do Sul está pronta para "quaisquer eventualidades".
Nesta manhã, 13, a Coreia do Sul reuniu o comitê de ministros da Segurança para uma primeira avaliação do cenário. O presidente do comitê, Kim Jang-soo, anunciou que irão trabalhar em "estreita colaboração" com seus aliados para lidar com a situação. O país está preocupado com possíveis provocações de Pyongyang. O ministro da Defesa sul-coreano, Kin Kawn-jin, acredita que mesmo que o partido único no poder da Coreia do Norte continue governando, a segurança pode estar em risco por vários motivos, inclusive "a rivalidade no círculo dos militares para mostrar lealdade a Kim Jong-un".
Os Estados Unidos estão acompanhando de perto o desenrolar da situação na Coreia do Norte, inclusive se consultando com seus aliados na região. A Casa Branca taxou a execução como "um outro exemplo da extrema brutalidade do regime norte-coreano" O Japão é outro que expressou preocupação com os recentes eventos. O país informou que "segue com grande atenção".
"Monitoramos a situação através dos canais de comunicação com outros países, recolhendo todas as informações relevantes", declarou Yoshihide Suga, porta-voz do governo. A China ainda não se pronunciou sobre o caso, apesar de Jang ter sido acusado de ter vendido a um país estrangeiro - possivelmente a China - as terras da zona econômica de Rason por um período de 50 anos. Tio e mentor de Jong-un, Jang Song-Thaek, 67 anos, era líder de um braço do partido favorável à reforma econômica nos moldes da chinesa. De acordo com a agência oficial norte-coreana KCNA, a sua execução indica que uma crise está em curso no grupo dirigente do país, o que pode trazer dramáticas consequências.
A agência sustenta que Jang estava preparando um golpe de estado, aproveitando sua influência no Exército. A KCNA ainda informa que dois colaboradores de Jang foram mortos com ele. Jang foi acusado de atividades contrarrevolucionárias, abuso de poder, corrupção, relações impróprias com diversas mulheres, uso de drogas e desperdício de dinheiro. Desde o dia 9, havia suspeitas de que teria sido executado, mas a informação só foi confirmada ontem.