Antimísseis americano: o projeto esteve rodeado de polêmicas desde o início, já que a Coreia do Norte o considera uma ameaça (Missile Defense Agency / AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2016 às 09h03.
Seul - O governo da Coreia do Sul aceitou nesta quinta-feira revisar o lugar designado para instalar o escudo antimísseis americano THAAD no sudeste do país, depois que moradores da região realizaram grande protestos mostrando descontentamento.
A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, pediu às autoridades do condado de Seongju na província de Gyeongsang do Norte, onde está prevista ficar a principal bateria do THAAD, que recomende "outros possíveis lugares" dentro de sua jurisdição para construir esta instalação militar.
Uma vez sugeridos os pontos alternativos neste condado de 600 quilômetros quadrados, "o governo fará uma exaustiva revisão cujos resultados serão detalhadamente explicados aos residentes de Seongju", indicou Park em reunião com deputados de Gyeongsang do Norte.
O Ministério da Defesa sul-coreano, por sua vez, emitiu um comunicado parecido, confirmando que Seul aceitou replanejar a localização pelos fortes protestos na área em torno da localização do escudo antimísseis, cujo desdobramento está previsto para o ano que vem.
No mês passado, os moradores do lugar, onde já existe uma base militar de artilharia, se manifestaram várias vezes em Seul contra o que consideravam uma decisão "unilateral" do governo, e tanto eles quanto seus representantes mantiveram reuniões com autoridades do país.
Os residentes temem que as ondas eletromagnéticas usadas pelo radar AN/TPY-2, que fará parte do THAAD, possam causar câncer, infertilidade e danos às plantações, além de coloca-los no ponto de mira no caso de um hipotético ataque da Coreia do Norte.
O desdobramento do THAAD, confirmado em julho pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos, pretende garantir um sistema de defesa seguro para interceptar projéteis da Coreia do Norte.
O projeto esteve rodeado de polêmicas desde o início, já que a Coreia do Norte o considera uma ameaça a sua segurança, enquanto China e Rússia manifestaram oposição ao acreditar que os potentes radares do THAAD podem servir para obter dados de inteligência de suas bases militares mais próximas.