Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Jonathan Ernst/Reuters)
EFE
Publicado em 4 de março de 2019 às 10h14.
Seul - O governo da Coreia do Sul impulsionará a realização de novas reuniões a três partes junto com Estados Unidos e Coreia do Norte para relançar o diálogo sobre desnuclearização após o fracasso da cúpula de Hanói, segundo anunciou nesta segunda-feira a chanceler, Kang Kyung-wha.
Durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês) presidida hoje pelo chefe de Estado sul-coreano, Moon Jae-in, Kang disse que Seul buscará realizar reuniões com o formato de diálogo multilateral que inclui funcionários dos três países e especialistas do setor privado.
Os três países realizaram um encontro desse tipo na Suécia pouco antes da cúpula de Hanói ocorrida na semana passada entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente dos EUA, Donald Trump, e que terminou sem acordo a respeito da desnuclearização norte-coreana.
No encontro do NSC de hoje, convocado por causa dos resultados da cúpula e o primeiro realizado em Seul em nove meses, Moon defendeu sua convicção de que "a Coreia do Norte e os EUA alcançarão um acordo ao final".
"Lhes peço que trabalhem para buscar um reinício rápido das reuniões de trabalho entre as partes porque não queremos que esta situação de ponto morto se prolongue", acrescentou Moon, segundo um comunicado divulgado ao término da reunião.
Pyongyang e Washington dão versões diferentes sobre o que cada lado colocou sobre a mesa, mas a reunião de Hanói deixou claro que o desacordo está relacionado com o número de instalações e ativos do programa nuclear norte-coreano que serão desmantelados e o volume de sanções internacionais sobre Pyongyang que será aliviado como contrapartida.
O presidente sul-coreano também destacou a importância de Washington e Pyongyang terem evitado uma escalada da tensão após a falta de acordo e ressaltou que isso indica que haverá progresso no futuro.
Moon, que teve um papel fundamental ao mediar entre a Casa Branca e o regime norte-coreano, disse que o papel intermediador de Seul será mais importante do que nunca e pediu aos membros de seu governo que identifiquem com precisão "as diferenças que evitaram que as partes alcançassem um acordo" e busquem uma maneira de "minimizar tais diferenças".