Posto de guarda da Coreia do Norte (cima) e da Coreia do Sul são vistos perto da Zona Desmilitarizada: o Norte confirmou na última terça-feira a realização do teste nuclear (Jung Yeon-Je/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2013 às 14h30.
Seul - As autoridades da Coreia do Sul não detectaram mudanças nos níveis de radiação em seu território, nem substâncias que poderiam fornecer informações sobre o teste nuclear feito pela Coreia do Norte na última terça-feira.
"Dois dias após o teste nuclear da Coreia do Norte, concluímos a análise de oito amostras, mas por enquanto não descobrimos isótopos radioativos", afirmou nesta quinta-feira a Comissão de Segurança Nuclear sul-coreana à agência local "Yonhap".
Segundo os especialistas, os materiais radioativos podem levar dias para chegar à fronteira intercoreana no paralelo 38, área onde a Comissão de Segurança Nuclear sul-coreana está recolhendo amostras de ar.
A Coreia do Norte confirmou na última terça-feira a realização do teste nuclear na base de Punggye-ri, no nordeste do país, mas a única evidência detectada no exterior foi um terremoto de origem artificial de aproximadamente 5 graus na escala Richter que supostamente correspondeu à detonação.
Caso a explosão tenha utilizado urânio altamente enriquecido, serão confirmados os temores da Coreia do Sul e dos EUA de que o país comunista esteja desenvolvendo uma nova - e talvez mais perigosa - via para produzir armas nucleares.
Enquanto as autoridades sul-coreanas tratam de confirmar a natureza do teste norte-coreano, fontes do Ministério da Unificação descartaram hoje uma mudança nas políticas de Seul em relação à Coreia do Norte, apesar de uma crescente minoria conservadora pedir a adoção de uma linha mais dura.
Uma autoridade anônima do Ministério comentou a Yonhap que Seul vai continuar buscando negociações para a desnuclearização do país comunista, ao invés de reconhecer seu status de potência nuclear e começar a desenvolver seu próprio arsenal atômico, como reivindicam alguns grupos.
O teste nuclear da Coreia do Norte, o terceiro depois dos realizados em 2006 e 2009, gerou uma onda de reprovações na comunidade internacional, e espera-se que os EUA, a Coreia do Sul e a ONU imponham novas sanções ao regime de Kim Jong-un.