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Coreia do Sul e EUA disparam mísseis no Mar do Japão após teste norte-coreano

Exercícios queriam "garantir que temos as capacidades militares prontas para responder às provocações do Norte se chegar a essa situação", disse porta-voz dos EUA

Sistema de mísseis táticos dispara um projétil na Coreia do Sul em 5 de outubro de 2022 (AFP/AFP Photo)

Sistema de mísseis táticos dispara um projétil na Coreia do Sul em 5 de outubro de 2022 (AFP/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 5 de outubro de 2022 às 06h35.

A Coreia do Sul e os Estados Unidos dispararam quatro mísseis nesta quarta-feira, 5, em resposta a um projétil norte-coreano que sobrevoou o território japonês no dia anterior, disseram os militares sul-coreanos.

Equipada com armas nucleares, a Coreia do Norte lançou um míssil de alcance intermediário sobre o Japão na terça-feira pela primeira vez desde 2017, levando as autoridades japonesas a ordenar a evacuação de seus moradores.

Os militares sul-coreanos e americanos responderam lançando dois mísseis de curto alcance cada, que "atingiram com precisão um alvo virtual" no Mar do Japão, também conhecido como Mar do Leste, informou o chefe do Estado-Maior Conjunto em Seul.

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As manobras "demonstraram a habilidade e prontidão para neutralizar a fonte da provocação, mantendo uma posição de monitoramento constante", disse o comunicado.

Os militares também confirmaram que um míssil sul-coreano falhou logo após o disparo e explodiu sem causar vítimas.

Na terça-feira, aviões de combate americanos e sul-coreanos realizaram um exercício de bombardeio no Mar Amarelo.

Os exercícios queriam "garantir que temos as capacidades militares prontas para responder às provocações do Norte se chegar a essa situação", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, à CNN.

"Não devemos chegar a isso. Deixamos claro para Kim Jong Un que estamos dispostos a nos sentar e negociar sem pré-condições. Queremos ver a desnuclearização da península coreana", acrescentou.

Transeuntes caminham sob uma tela grande com uma imagem do líder norte-coreano Kim Jong Un em Tóquio em 4 de outubro de 2022. (AFP/AFP Photo)

"Ele não mostrou vontade de se mover nessa direção e, francamente, está se movendo na direção oposta, continuando a realizar testes de mísseis, que são violações das resoluções do Conselho de Segurança da ONU", acrescentou.

O último teste de Pyongyang se junta a uma série recorde de testes de armas pelo regime comunista isolado, que recentemente revisou suas leis para declarar seu status de potência nuclear "irreversível".

O presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, condenaram "nos termos mais fortes" o último lançamento de míssil.

O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, chamou o disparo do Norte de "provocação" e pediu uma "resposta firme".

Por que os disparos?

A última vez que Pyongyang disparou um míssil sobre o Japão foi em 2017, em meio a um período de tensão crescente entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o então presidente dos EUA Donald Trump.

Com o seu disparo de terça-feira, a Coreia do Norte lançou cinco mísseis nos últimos dez dias.

Essa enxurrada de testes coincide com a intensificação da cooperação militar na região entre Seul, Tóquio e Washington, que realizarão suas primeiras manobras submarinas trilaterais em cinco anos na sexta-feira.

E na semana passada, a Coreia do Sul e os Estados Unidos realizaram exercícios navais em larga escala.

Essas manobras enfurecem Pyongyang, que as entende como ensaios para uma hipotética invasão do país.

Como sinal dessa crescente cooperação, a vice-presidente americana, Kamala Harris, visitou o Japão e a Coreia do Sul na semana passada, aproveitando a viagem para conhecer a zona desmilitarizada que divide a península coreana.

O Exército dos EUA têm 28.500 soldados estacionados na Coreia do Sul para ajudar a protegê-la do Norte em caso de necessidade.

Nos últimos meses, autoridades sul-coreanas e americanas alertaram que o regime de Kim Jong Un está preparando um novo teste nuclear, que seria o sétimo desde 2006 e o primeiro desde 2017.

LEIA TAMBÉM: Coreia do Norte defende anexação de territórios ucranianos pela Rússia

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