Líder norte-coreano Kim Jong Un (à direita) passa por seu tio, Jang Song Thaek: líder da Coreia do Norte teria executado seu tio pois este não seguia diretrizes (Kyodo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2013 às 08h39.
Seul - O serviço de inteligência da Coreia do Sul (NIS) descartou nesta segunda-feira que exista uma luta de poder no governo da Coreia do Norte relacionada à recente execução do político Jang Song-thaek, tio do líder e ex-número dois do regime.
Segundo explicaram autoridades do NIS em uma audiência na Assembleia Nacional (Parlamento) de Seul, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, teria executado seu tio pois este não seguia as diretrizes da máxima autoridade do país e permitia que seus colaboradores próximos fossem além de suas funções na hora de tomar decisões.
O serviço de inteligência, cujo relatório foi revelado pela agência local "Yonhap", considera que as principais diferenças que surgiram entre a facção política majoritária e a liderada por Jang estavam relacionadas com os direitos de lucrativos projetos norte-coreanos, entre eles uma mina de carvão.
Em todo caso, o NIS estima que não existe uma luta de poder no seio do regime norte-coreano, como tinham sugerido alguns analistas, e que o "líder supremo" Kim Jong-un, de cerca 30 anos, não corre risco no cargo.
Além disso, a inteligência sul-coreana desmentiu os persistentes rumores de que alguns dos antigos homens de confiança do executado Jang Song-thaek teriam fugido da Coreia do Norte para buscar asilo no Sul através da China.
Tais informações são completamente falsas, sentenciou no Parlamento sul-coreano o diretor do NIS, Nam Jae-joon.
O funcionário também advertiu que o exército da Coreia do Norte reforçou suas unidades de artilharia, intensificou seus exercícios e poderia realizar algum tipo de "provocação" contra o Sul entre janeiro e março.
Tanto o Ministério da Defesa sul-coreano como a presidente do país, Park Geun-hye, afirmaram na semana passada sobre a possibilidade de "provocações" militares de Pyongyang como maneira de reforçar o poder de Kim Jong-un após o expurgo de um dos políticos mais importantes do regime.