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Coreia do Norte vai reabrir investigação sobre japoneses

Reabertura pode ser considerada um avanço na amarga disputa entre Tóquio e Pyongyang


	Shinzo Abe: "este é um primeiro passo para uma resolução total"
 (Toru Yamanaka/AFP)

Shinzo Abe: "este é um primeiro passo para uma resolução total" (Toru Yamanaka/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 12h31.

Tóquio - A Coreia do Norte concordou em reabrir uma investigação sobre o destino dos cidadãos japoneses sequestrados décadas atrás, disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, nesta quinta-feira, o que pode ser considerado um avanço na amarga disputa entre Tóquio e Pyongyang.

O Japão concordou em aliviar algumas das sanções contra a Coreia do Norte assim que a investigação for reaberta e vai considerar o fornecimento de ajuda humanitária ao país, dependendo do andamento do inquérito, disse o chefe de Gabinete, Yoshihide Suga.

"Nosso trabalho não terminará até que todos os pais possam abraçar seus filhos com os próprios braços", disse Abe a repórteres. "Este é um primeiro passo para uma resolução total."

A Coreia do Norte prometeu em 2008 reabrir as investigações, o que nunca cumpriu. O país abandonou promessas feitas em negociações multilaterais destinadas a acabar com seu programa de armas nucleares e declarou o fim das negociações.

O acordo sobre a investigação dos sequestrados vem em meio a preocupações regionais de que Pyongyang possa estar se preparando para um quarto teste nuclear, o que violaria acordos com a ONU.

Questionado se as ações do Japão significam que Tóquio estava fora de sintonia com Washington e Seul, Suga declarou em entrevista coletiva: "Impossível. Este acordo abrange as próprias sanções que o Japão havia imposto.

Ele não está relacionado às sanções da ONU..." Suga acrescentou que o Japão continua pressionando a Coreia do Norte para uma "solução abrangente" da questão dos sequestrados e as ameaças dos programas nuclear e de desenvolvimento de mísseis antes que eles possam normalizar as relações diplomáticas.

Autoridades japonesas e norte-coreanas se reuniram em Estocolmo esta semana para discutir a questão dos sequestrados, bem como os programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte. Segundo autoridades, os dois lados concordaram apenas em continuar negociando.

A Coreia do Norte sofre sanções da ONU desde seu primeiro teste nuclear em 2006.

O país admitiu em 2002 ter sequestrado cidadãos japoneses nos anos 1970 e 1980 para ajudar a treinar espiões. Cinco sequestrados e suas famílias retornaram ao Japão. Dos restantes, oito estavam mortos, mas o Japão tem pressionado para obter mais informações sobre o que aconteceu com eles e com outras pessoas que Tóquio acredita que também foram sequestradas.

"A Coreia do Norte... expressou a vontade de realizar uma investigação abrangente e integral para a liquidação final de todas as questões relacionadas com o Japão", informou a agência de notícias oficial da Coreia do Norte, KCNA.

Suga afirmou que quando Pyongyang começar a nova investigação, Tóquio vai levantar as restrições às viagens, às remessas de fundos para a Coreia do Norte e o embargo à entrada em portos japoneses de navios de bandeira da Coreia do Norte com missões humanitárias.

O Japão também concordou em avaliar a ajuda humanitária a Pyongyang, em um "momento adequado", acrescentou Suga.

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