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Coreia do Norte testa novo motor de foguete

"O mundo perceberá muito em breve a importância da vitória histórica que conquistamos hoje", disse Kim Jong-un

Teste: demonstração coincidiu com uma visita de autoridades americanas à China (KCNA/Reuters)

Teste: demonstração coincidiu com uma visita de autoridades americanas à China (KCNA/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de março de 2017 às 10h46.

Última atualização em 19 de março de 2017 às 15h52.

A Coreia do Norte testou um novo motor de foguete, na presença de seu líder, Kim Jong-un, coincidindo com uma visita do secretário de Estado americano a Pequim, onde a China e os Estados Unidos discutiram o programa nuclear de Pyongyang no sábado.

"O mundo perceberá muito em breve a importância da vitória histórica que conquistamos hoje", destacou o líder do regime norte-coreano, Kim Jong-un, citado pela KCNA, a agência de notícias norte-coreana.

Um teste que coincidiu com a chegada a Pequim, no sábado, do novo chefe da diplomacia americana.

Horas antes de se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, Rex Tillerson afirmou que Pequim e Washington trabalharão "juntos para ver se podemos levar o governo de Pyongyang a mudar de posição (...) e se afastar do desenvolvimento de armas nucleares".

Na capital norte-coreana, Kim Jong-un comemorou o sucesso do teste. "O desenvolvimento e a conclusão de um novo tipo de motor de alta pressão pode ajudar a fortalecer a base científica e tecnológica, e alcançar a capacidade mundial de transmissão por satélite no campo do desenvolvimento do espaço exterior", relatou a KCNA.

"O líder (Kim) ressaltou que o sucesso deste teste é um acontecimento de importância histórica e declarou que se tratava de um renascimento para o programa de foguetes do país", frisou a agência.

Mudança de enfoque

Os motores de foguetes podem ser facilmente reutilizados para impulsionar mísseis, e observadores externos dizem que o programa espacial de Pyongyang em matéria de lançamento de satélites é, na realidade, um disfarce para testes do âmbito militar.

Rex Tillerson chegou a Pequim no sábado depois de ter visitado Japão e Coreia do Sul, onde disse que os Estados Unidos não manterão mais o enfoque de diplomacia paciente com Pyongyang, considerando que esta estratégia havia fracassado.

Neste sentido, advertiu que a possibilidade de uma ação militar por parte de Washington estava "sobre a mesa".

As declarações de Tillerson foram feitas depois de dois testes nucleares realizados por Pyongyang em 2016 e dos recentes disparos de mísseis do regime norte-coreano, tiros apresentados como testes prévios a um eventual ataque das bases americanas no Japão.

Satélites geoestacionários

A Coreia do Norte testou um foguete lançador de satélites pela última vez em setembro de 2016, um teste que também foi supervisionado por Kim Jong-un. O líder de Pyongyang prometeu então que seu país poderia dispor de satélites geoestacionários no prazo de dois anos.

Para poder colocar um satélite em órbita geoestacionária ele deve ser propulsado a uma altitude de 36.000 km. A Coreia do Norte demonstrou seus avanços neste setor desenvolvendo mísseis balísticos intercontinentais que poderiam atingir a costa americana, ressaltou o professor Yang Moo-Jin, da Universidade de Estudos Norte-Coreanos.

"A Coreia do Norte insinua claramente que lançará em breve um novo foguete capaz de transportar satélites a partir de sua instalação de Sohae", acrescentou Yang à AFP. Mas, segundo ele, o regime de Pyongyang também poderia testar em segredo um míssil balístico intercontinental a partir de um lançador móvel.

"Este teste estaria programado para coincidir com a visita do presidente chinês, Xi Jinping, aos Estados Unidos", e com o aniversário da fundação do exército norte-coreano, disse Yang, referindo-se à reunião, ainda em fase de negociação, entr Xi e Trump em abril.

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