Coreia do Norte: ao mesmo tempo, Pyongyang aspira promover uma "política diplomática ativa" e "proporcional ao status global" (Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2016 às 08h09.
Seul - A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira que produzirá "mais armas nucleares e com maior variedade" e que promoverá sua política externa graças ao status internacional que alcançou com dito programa armamentístico, segundo os veículos de imprensa estatais.
Esta afirmação ocorre um dia depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) expressou sua suspeita de que Pyongyang esteja ampliando novamente seu programa nuclear com possíveis fins militares.
"Estas armas (nucleares) não foram concebidas como uma ameaça para a paz. Não as utilizaremos a menos que sejamos agredidos com um ataque nuclear", afirma a edição de hoje do jornal "Rodong", oficial do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte.
Ao mesmo tempo, Pyongyang aspira promover uma "política diplomática ativa" e "proporcional ao status global" que alcançou graças a seu programa de armamento nuclear, segundo o mesmo meio.
Esta estratégia inscreve-se na política "byeongjin" promovida pelo líder Kim Jong-un, consistente em impulsionar de maneira simultânea o desenvolvimento econômico e de armas nucleares, e que o ditador voltou a reivindicar no histórico VII Congresso do Partido dos Trabalhadores realizado em Pyongyang no início de maio.
No véspera, o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, disse em entrevista coletiva que a AIEA tem "indícios relacionados com o reator de 5 Megawatts (em Yongbyon), a expansão das instalações de enriquecimento (de urânio) e atividades relacionadas com o reprocessamento (nuclear)".
Um porta-voz da AIEA precisou que "é possível que se esteja reprocessando combustível usado" da usina de Yongbyon, situada a 90 quilômetros ao norte de Pyongyang, a partir das análises que este organismo realiza das atividades nucleares do país asiático via imagens de satélite.
A Coreia do Norte realizou desde 2006 quatro testes nucleares, o mais recente em janeiro deste ano quando o regime "juche" (auto-suficiência) garantiu ter detonado uma bomba de hidrogênio, o que no entanto muitos analistas e especialistas duvidaram.