Coreia do Norte divulga fotos do seu último teste de um míssil intercontinental (KCNA/Reuters)
EFE
Publicado em 30 de novembro de 2017 às 09h15.
Última atualização em 30 de novembro de 2017 às 09h28.
Seul - Veículos de imprensa da Coreia do Norte publicaram, nesta quinta-feira, uma galeria de fotos do seu novo míssil balístico intercontinental (ICBM), o Hwasong-15, lançado na madrugada de ontem com a supervisão do líder norte-coreano, Kim Jong-un.
As imagens mostram a preparação para o lançamento e o projétil já em ascensão, assim como um sorridente Kim que observa todo o processo ao ar livre em um posto de controle.
O líder norte-coreano estava "muito animado" e "satisfeito" com o novo míssil e "felicitou calorosamente" os cientistas, técnicos e demais trabalhadores imersos no processo, afirmou o jornal "Rodong".
O novo artefato tem uma ponta mais arredondada e dimensões maiores em comparação ao ICBM lançado anteriormente por Pyongyang, o Hwasong-14.
O Estado Maior Conjunto sul-coreano (JCS) apoia esta tese se baseando em "claras diferenças, como a forma da carga útil (a ponta) ou a montagem entre as duas fases do míssil", explicou à Agência Efe, um porta-voz do Ministério da Defesa.
De acordo com os analistas, a diferença de tamanho e configuração aparentemente corresponde ao fato de que a segunda fase do míssil tem mais motores (dois em vez de um) e mais propulsores auxiliares, o que lhe conferiria maior estabilidade e alcance.
O novo projeto da ponta poderia significar o desenvolvimento de um veículo de reentrada capaz de transportar mais de uma ogiva nuclear.
A Coreia do Norte anunciou no dia anterior que o míssil pode levar uma grande ogiva nuclear e alcançar todo território dos Estados Unidos. Além disso, divulgou que o mesmo voou 950 km e alcançou um apogeu de 4.475 km antes de cair no Mar do Japão.
Embora acredite-se que tenha feito um voo menos parabólico - foi lançado em um ângulo muito aberto - poderia ter viajado mais de 13 mil km, analistas duvidam que o Hwasong-15 alcance essa distância com uma arma nuclear acoplada ou que sobreviva a reentrada na atmosfera sem se desintegrar.
É o que estabelece uma análise publicada hoje pelo site especializado "38 North", advertindo, no entanto, que os progressos do Hwasong-15 referendam a tese já existente: Pyongyang tem cerca de um ano para ter um ICMB viável para atacar a costa oeste dos Estados Unidos.