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Coreia do Norte pode cancelar cúpula com EUA após manobras militares

Governo norte-coreano diz que ações militares tornam vulnerável declaração de cooperação assinada entre presidentes Kim Jong-un e Moon Jae-in

Coreia do Norte: "EUA terão que avaliar cuidadosamente tudo relacionado com a prevista cúpula com a Coreia do Norte, como estes provocadores exercícios militares" (Denis Balibouse/Reuters)

Coreia do Norte: "EUA terão que avaliar cuidadosamente tudo relacionado com a prevista cúpula com a Coreia do Norte, como estes provocadores exercícios militares" (Denis Balibouse/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de maio de 2018 às 19h09.

Seul - A Coreia do Norte cogita cancelar a cúpula prevista para o dia 12 de junho em Cingapura entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump, devido às manobras militares realizadas atualmente por Coreia do Sul e Estados Unidos e que Pyongyang considera "uma provocação".

Segundo informou a agência oficial norte-coreana "KCNA", citada pela sul-coreana "Yonhap", as manobras "Max Thunder", nas quais participam as forças aéreas dos EUA e da Coreia do Sul, são um teste para uma invasão da Coreia do Norte e "uma provocação proposital".

"Os Estados Unidos terão que avaliar cuidadosamente tudo relacionado com a prevista cúpula com a Coreia do Norte, como estes provocadores exercícios militares conjuntos com a participação das autoridades da Coreia do Sul", indica a nota.

De acordo com a Coreia do Norte, essas manobras vulneram a "Declaração de Panmunjom" assinada no último dia 27 de abril por Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, nesta cidade onde se encontra a fronteira entre as duas Coreias e pela qual se estabelece um compromisso pela paz permanente e a completa desnuclearização da península coreana.

Nos exercícios militares, que começaram na sexta-feira passada e durarão duas semanas, participa uma centena de aviões, entre eles oito do tipo F-22, indetectáveis em radares, assim como caças-bombardeiros F-15 e bombardeiros estratégicos B-52.

Coreia do Sul e Estados Unidos realizam regularmente exercícios militares conjuntos que sempre suscitaram a rejeição do regime de Pyongyang, que os considera uma ameaça e um teste para uma eventual invasão do norte.

Após saber da possibilidade de cancelamento da cúpula, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, disse que Washington não deve cancelar essas manobras.

"Não escutamos nada desse governo (norte-coreano) nem do governo da Coreia do Sul que indique que não vamos continuar com esses exercícios ou que não vamos continuar planejando nossa reunião entre o presidente Trump e Kim Jong-un para o próximo mês", afirmou a porta-voz.

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