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Coreia do Norte pede que Sul e EUA cancelem manobras

O embaixador da Coreia do Norte em Pequim, Ji Jae Ryung, pediu que sejam canceladas as próximas manobras conjuntas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos


	Desfile militar na Coreia do Norte: Coreia do Norte "já ocupou seu lugar no processo de conversas", disse embaixador
 (AFP/Getty Images)

Desfile militar na Coreia do Norte: Coreia do Norte "já ocupou seu lugar no processo de conversas", disse embaixador (AFP/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2014 às 09h06.

Pequim - O embaixador da Coreia do Norte em Pequim, Ji Jae Ryung, pediu nesta quarta-feira que sejam canceladas as próximas manobras conjuntas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, países aos que culpou de aumentar a tensão na zona.

Em entrevista coletiva na legação norte-coreana na capital chinesa, Ji assegurou que "enquanto a política antinortecoreana dos EUA continuar, não se pode esperar nenhuma resolução do conflito nuclear".

A Coreia do Norte "já ocupou seu lugar no processo de conversas", disse o embaixador, que ressaltou que, para retomar o processo de negociações de seis lados sobre o programa nuclear de seu país, os EUA devem "cumprir suas obrigações".

"Propomos um fim imediato e incondicional de todos os atos militares e hostis por parte de nossos compatriotas (Coreia do Sul) e junto a estrangeiros (EUA)", declarou.

"Pedimos que as autoridades sul-coreanas adotem a decisão crucial de cancelar as manobras militares conjuntas que planejam realizar desde o fim de fevereiro", acrescentou Ji.

Segundo o embaixador, "a desnuclearização da península coreana é uma política contínua de nossa república", mas "ter vontade não significa que a Coreia do Norte deva abandonar unilateralmente as armas nucleares".

Segundo ressaltou, "enquanto continue a ameaça nuclear de outros países, Coreia do Norte tem que reforçar seu programa nuclear".


As conversas de seis lados começaram em 2005 com a assinatura de um comunicado conjunto no qual Coreia do Norte se comprometia a abandonar todas suas armas e programas nucleares em troca de ajuda energética e garantias de segurança.

As negociações permanecem estagnadas desde 2009, após uma série de incidentes entre as duas Coreias.

No último dia 16 de janeiro, a Comissão Nacional de Defesa norte-coreana publicou uma proposta que dizia que as relações intercoreanas "poderiam ser descongeladas" a partir da quinta-feira, 30 de janeiro, se as duas partes realizarem esforços concretos.

Na proposta, a Coreia do Norte pedia que cessassem as provocações "verbais e militares" entre ambas partes, e urgia a que se tomassem "medidas práticas para prevenir um desastre nuclear".

As declarações de hoje do diplomata norte-coreano acontecem quando o enviado dos EUA para Coreia do Norte, Glyn Davies, está em Tóquio em uma viagem pela Ásia que começou no domingo em Pequim.

Do Japão, Davies pediu hoje precisamente medidas "concretas" a Coreia do Norte para retomar as negociações de seis lados.

Após o surpreendente expurgo e execução em dezembro passado do tio do líder norte-coreano, Kim Jong-un, e até esse momento número dois do regime, Jang Song-thaek, a Coreia do Norte fez vários gestos de aparente distensão.

Na semana passada, Pyongyang fez uma proposta a Seul para retomar os encontros de famílias separadas pelo conflito dos dois países entre 1950 e 1953, intenção que foi reafirmada hoje pelo embaixador norte-coreano em Pequim.

A Cruz Vermelha da Coreia do Norte propôs que os encontros sejam mantidos em um complexo do Monte Kumgang, ao leste do país e onde Pyongyang costuma permitir em algumas ocasiões a entrada de sul-coreanos, disse Ji.

O gesto conciliador coincidiu com a publicação de uma carta aberta do regime norte-coreano na semana passada dirigida aos cidadãos e autoridades da Coreia do Sul na qual insistiu em sua proposta de iniciar uma etapa de paz em troca que Seul e Washington cancelem suas próximas manobras militares na região.

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