Manobras dos EUA e Coreia do Sul: jornal estatal norte-coreano afirma que "a tensão militar leva a um círculo vicioso de confronto" (Republic of Korea Air Force/Yonhap/Reuters)
EFE
Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 06h41.
Seul - O regime da Coreia do Norte pediu, nesta quinta-feira, para a Coreia do Sul que abandone suas manobras militares com os Estados Unidos, já que considera que estas são "o fator principal" que alimenta a tensão na península coreana e que eleva o risco de guerra.
"Se as autoridades sul-coreanas realmente querem distensão e paz, eles devem parar todo tipo de ações militares", disse hoje o principal jornal norte-coreano, "Rodong Sinmun", em um artigo onde afirma que as manobras são o principal foco de tensão e levam a Coreia "para uma fase perigosa, onde a situação pode ser imprevisível".
A petição de Pyongyang é uma das reivindicações permanentes do regime a Seul e espera-se que seja posta de volta na mesa, quando os dois países retomarem as negociações militares sob o acordo alcançado durante a histórica reunião, na última terça-feira, e cujas datas devem ser anunciadas por Seul nesta semana.
A demanda da Coreia do Norte ocorre poucos dias depois que Seul e Washington concordaram em atrasar suas manobras militares anuais até o fim dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, o pretexto que desencadeou um momento conciliador entre as duas Coreias.
"Antes de mais nada, devemos aliviar as graves tensões militares entre Norte e Sul e preparar um ambiente pacífico na península", disse o líder norte-coreano, Kim Jong-un, no artigo do "Rodong".
O jornal estatal norte-coreano afirma que "a tensão militar leva a um círculo vicioso de confronto" e insiste em que sua supressão "e a eliminação do risco de guerra na península coreana é uma questão importante para a unificação das pessoas e reunificação do país", que precisam realizar sem intervenção.
Neste sentido, o "Rodong Sinmun" ataca os Estados Unidos, assegurando que o país "está constantemente agravando" a situação com o objetivo de alcançar "sua ambição de supremacia mundial".