Mísseis: Shinzo Abe, do Japão, considerou o lançamento "uma provocação muito séria" (Kim Hong-Ji/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de março de 2017 às 06h47.
Última atualização em 30 de maio de 2017 às 11h38.
Seul/Tóquio - A Coreia do Norte lançou quatro mísseis balísticos nesta segunda-feira que voaram cerca de mil quilômetros antes de cair no Mar do Leste (Mar do Japão), segundo informaram os governo do Japão e da Coreia do Sul.
O lançamento aconteceu às 7h06 (no horário norte-coreano, 19h36 de domingo em Brasília) de Dongchang-ri, na costa noroeste do país, em direção ao Mar do Leste, e um dos projéteis voou pelo menos 1.000 quilômetros antes de cair no oceano, segundo um comunicado do Estado-Maior Conjunto (JCS) da Coreia do Sul.
Embora Seul, em colaboração com tropas americanas, ainda esteja analisando toda a informação disponível para determinar o tipo de projétil, um representante do Ministério da Defesa sul-coreano considerou que a probabilidade de que se trate de um teste de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) é "muito pequena".
O porta-voz explicou, em entrevista coletiva divulgada pela agência "Yonhap", que os projéteis alcançaram uma altura de "260 quilômetros".
O presidente interino da Coreia do Sul, Hwang Kyo-ahn, considerou durante a reunião do Conselho de Segurança Nacional (NSC) que o lançamento representa "um desafio e uma grave provocação para a comunidade internacional", segundo divulgou o escritório presidencial.
Hwang também pediu que se conclua a instalação do polêmico sistema antimísseis THAAD em território sul-coreano para "fortalecer a capacidade de dissuasão" perante os mísseis norte-coreanos.
Por sua parte, Tóquio confirmou que três dos quatro projéteis caíram em sua Zona Econômica Especial (EEZ) - espaço que se estende cerca de 370 quilômetros a partir da costa japonesa - perto do litoral da cidade de Akita.
"Os lançamentos claramente mostram que a ameaça norte-coreana alcançou uma nova dimensão", disse perante o parlamento o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que considerou estes testes como "uma provocação muito séria" para a segurança nacional.
Já aministra de Defesa japonesa, Tomomi Inada, tachou de inaceitáveis estes lançamentos e acrescentou que são "um ato provocativo para a segurança do Japão e da região".
As autoridades japonesas e sul-coreanas acreditam que o lançamento realizado hoje pelo regime de Pyongyang responde às manobras conjuntas anuais que Coreia do Sul e Estados Unidos realizam em território sul-coreano desde a semana passada.
Na sexta-feira passada a Coreia do Norte ameaçou, através de seu jornal estatal "Rodong Sinmun", realizar novos testes de mísseis em resposta a estes exercícios militares, cuja escala este ano é a maior até o momento e que Pyongyang considera um ensaio para invadir seu território.
Depois do registrado em 12 de fevereiro, o lançamento de hoje é o segundo que a Coreia do Norte realiza desde que seu líder, Kim Jong-un, anunciou em sua mensagem de Ano Novo que Pyongyang estava finalizando o desenvolvimento de um ICBM, uma arma que poderia permitir-lhe no futuro atingir o território americano.