Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un: morte de oficial da Coreia do Sul causa tensão entre os países (Yuri SmityukTASS/Getty Images)
Clara Cerioni
Publicado em 13 de junho de 2020 às 11h09.
A Coreia do Norte atacou as autoridades sul-coreanas neste sábado, considerando "absurdas" suas declarações sobre o diálogo paralisado com Washington sobre armas nucleares.
A Coreia do Sul tem sido alvo das autoridades norte-coreanas que acusam Seul de permitir que desertores lancem panfletos criticando o líder Kim Jong Un.
Esta declaração é uma resposta a uma autoridade do ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul que disse que Seul continuará seus "esforços para a desnuclearização" em referência às negociações paralisadas entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.
"É realmente absurdo ouvir as besteiras das autoridades sul-coreanas que não estão qualificadas para falar (sobre o assunto) ou que colocam seus narizes nos assuntos" de Pyongyang e Washington, disse Kwon Jong Gun, negociador-chefe com os Estados Unidos, em comunicado.
Kwon denunciou Seul por tentar "se intrometer" no processo. "É melhor parar de falar bobagens sobre a desnuclearização", alertou, nesta declaração divulgada pela agência oficial norte-coreana KCNA.
Ontem Pyongyang denunciou os Estados Unidos no segundo aniversário do histórico aperto de mão na cúpula de Singapura entre o presidente americano Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong Un.
A declaração contém algumas das críticas mais duras de Pyongyang contra Washington nos últimos meses e manifesta dúvidas sobre o futuro das negociações nucleares, que há tempos estão paralisadas.
Kwon alertou neste sábado que a Coreia do Norte "continuará se fortalecendo para combater as ameaças dos Estados Unidos".
As relações intercoreanas estão paralisadas desde o fracasso da segunda cúpula EUA-Coreia do Norte em Hanói, em fevereiro do ano passado, quando chegou a um beco sem saída nas concessões que Washington estava disposto a oferecer em troca das medidas de desnuclearização de Pyongyang.