Soldado norte-coreano: anúncio foi feito enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, estava visitando a Coreia do Sul (©AFP / Pedro Ugarte)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2014 às 17h50.
Seul/Washington - A Coreia do Norte afirmou nesta sexta-feira que deteve neste mês um norte-americano de 24 anos que pediu asilo depois de chegar ao país com um visto de turista em "uma grave violação de sua ordem jurídica".
O anúncio foi feito enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, estava visitando a Coreia do Sul, um dos aliados mais próximos de Washington e ainda tecnicamente em guerra com a Coreia do Norte.
"Um órgão competente da RDPC colocou em custódia o norte-americano Miller Matthew Todd, de 24 anos, em 10 de abril, por seu comportamento imprudente durante a fase de formalidades para a entrada na RPDC para visitá-la", informou a agência de notícias norte-coreana KCNA, citando o nome oficial do país, a República Popular Democrática da Coreia.
A KCNA afirmou que o homem detido tinha um visto de turista para a Coreia do Norte, mas o rasgou em pedaços e gritou que tinha vindo "para a Coreia do Norte depois de escolhê-la como abrigo".
O Departamento de Estado norte-americano disse estar a par dos relatos de que um cidadão dos EUA havia sido detido na Coreia do Norte e informou que está em contato com a Embaixada da Suécia em Pyongyang para tratar do assunto.
"Não temos novas informações para compartilhar neste momento", declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, em seu contato regular com a imprensa.
Os Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas com a Coreia do Norte e os interesses dos seus cidadãos no país são representados pela Suécia.
Embora a agência KCNA tenha identificado o homem como Matthew Miller Todd, parece que o país adotou a forma coreana de colocar o sobrenome primeiro, seguido pelo primeiro e segundo nomes. Portanto, o nome do homem seria Matthew Todd Miller.
Kenneth Bae, um missionário norte-americano-coreano está detido na Coreia do Norte há mais de um ano. Ele foi preso quando liderava um grupo de turistas no país em 2012 e condenado a 15 anos de trabalhos forçados sob a acusação de subversão do Estado.
A Coreia do Norte cancelou duas vezes uma visita do enviado especial dos EUA para assuntos norte-coreanos de direitos humanos, Robert King, para discutir o caso do Bae.
Bae admitiu que realizava serviços religiosos na Coreia do Norte, um dos Estados mais isolados do mundo e hostil a ocidentais que defendem causas religiosas.
A porta-voz do Departamento de Estado disse que diplomatas suecos visitaram Bae em 18 de abril e que os EUA continuam "profundamente preocupados" com a sua saúde.
"Continuamos a exortar as autoridades norte-coreanas a conceder ao senhor Bae uma anistia especial e a sua imediata libertação por razões humanitárias", disse ela.
A família de Bae diz que ele sofre de uma variedade de problemas de saúde, incluindo diabetes, coração aumentado, pedras nos rins e dores nas costas.
No mês passado, a Coreia do Norte libertou John Short, de 75 anos, missionário australiano que tinha sido preso em fevereiro.