Barack Obama: presidente "criou a pior situação de direitos humanos nos Estados Unidos", acrescenta Pyongyang (Carlos Barria/Reuters)
AFP
Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 09h53.
Última atualização em 17 de janeiro de 2017 às 11h24.
A Coreia do Norte criticou a decisão de Barack Obama de incluir na lista negra de sanções a irmã do líder norte-coreano Kim Jong-Un e recomendou que o presidente americano se ocupe de fazer as malas na Casa Branca.
O departamento americano do Tesouro acrescentou na semana passada sete nomes - incluindo Yo-Jong, irmã mais nova de Kim - à lista de norte-coreanos sancionados pelos Estados Unidos por violações aos direitos humanos.
O anúncio do departamento do Tesouro ocorreu simultaneamente à publicação pelo departamento de Estado americano de um relatório sobre violações dos direitos humanos na Coreia do Norte, apontadas por Washington como umas das piores do mundo.
"Obama faria melhor se não perdesse tempo se ocupando dos direitos humanos dos demais e se dedicasse, por sua vez, a fazer suas malas na Casa Branca", disse a agência oficial norte-coreana KCNA, em um comentário divulgado na noite de segunda-feira.
Durante seu mandato, Obama "criou a pior situação de direitos humanos nos Estados Unidos", acrescenta Pyongyang. "Deveria estar envergonhado pelo sofrimento e desgraça que causou a tantos americanos e a outras pessoas no resto do mundo".
Dotada da arma nuclear, a Coreia do Norte realizou uma série de testes atômicos e de mísseis durante o mandato de Obama. Por esta razão, foi submetida a novas sanções da ONU.
Washington mantém há tempos uma política de "paciência estratégica" - principalmente a negativa de iniciar qualquer tipo de diálogo significativo enquanto Pyongyang não se comprometer de maneira tangível com uma desnuclearização.
O comentário da KCNA criticou "os movimentos muito hostis" do governo de Obama, que só conseguiu fortalecer a capacidade da Coreia do Norte para "aniquilar seus agressores".
O presidente eleito americano, Donald Trump, que assumirá o cargo nesta sexta-feira, nunca especificou claramente qual será sua política em relação ao isolado país comunista asiático, embora em certa oportunidade tenha tuitado que o desenvolvimento por Pyongyang de mísseis balísticos que representassem uma ameaça contra os Estados Unidos "não acontecerá".
Em seu discurso de Ano Novo, Kim não se referiu especificamente ao governo de Trump, mas convidou Washington a "terminar com sua política anacrônica de hostilidade em relação à Coreia do Norte".