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Coreia do Norte dispara 'vários mísseis de cruzeiro' no Mar Amarelo

O incidente ocorre em um dos piores momentos das relações entre as duas Coreias

Foto divulgada pela agência KCNA mostra o líder norte-coreano Kim Jong Un (E) aplaudindo o teste de um míssil balístico intercontinental em 12 de julho de 2023 (AFP/AFP Photo)

Foto divulgada pela agência KCNA mostra o líder norte-coreano Kim Jong Un (E) aplaudindo o teste de um míssil balístico intercontinental em 12 de julho de 2023 (AFP/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 22 de julho de 2023 às 13h43.

A Coreia do Norte lançou neste sábado (22) "vários mísseis de cruzeiro" em direção ao Mar Amarelo, situado entre a China e a península coreana, informou, o Estado-Maior Conjunto de Seul.

"Autoridades de inteligência de Coreia do Sul e Estados Unidos estão analisando os lançamentos", que ocorreram por volta das 4h00 locais (16h00 de quinta em Brasília), acrescentou a mesma fonte. O incidente ocorre em um dos piores momentos das relações entre as duas Coreias. Na terça-feira (18), Pyongyang lançou dois mísseis balísticos no Mar do Japão, na costa leste da península.

Com a diplomacia entre Pyongyang e Seul estagnada há algum tempo, o líder norte-coreano, Kim Jong Un, pediu ao regime que acelere seu desenvolvimento armamentista, incluindo armas nucleares.

Em resposta, Estados Unidos e Coreia do Sul multiplicaram seus exercícios militares conjuntos, que por vezes envolveram o desdobramento de meios estratégicos da potência americana. Além disso, um submarino dos EUA, armado com ogivas nucleares, atracou no porto sul-coreano de Busan esta semana pela primeira vez desde 1981.

O ministro da Defesa da Coreia do Norte, Kang Sun Nam, afirmou em comunicado que o envio de um submarino com armamento nuclear e outros ativos estratégicos em direção à sua vizinha "poderia cair nas condições de uso de armas nucleares especificadas por lei na RPDC (República Popular Democrática da Coreia) sobre a política de força nuclear".

As relações na península foram ainda mais abaladas pelo incidente em que o militar americano Travis King cruzou a fronteira altamente vigiada entre os dois países e é suspeito de estar sob custódia de Pyongyang.

Na quinta-feira (20), um alto oficial do Exército americano afirmou estar "muito preocupado" com o tratamento que King pode receber.

"O Pentágono tentou entrar em contato com os militares norte-coreanos sobre a situação de King, mas não obteve resposta", disse Matt Miller, porta-voz do Departamento de Estado, no mesmo dia.

King deveria retornar aos Estados Unidos para enfrentar um tribunal militar, após ter sido preso na Coreia do Sul por agressão.

Alvo de sanções internacionais desde 2006 para interromper seus programas de armas nucleares e balísticos, a Coreia do Norte viu suas importações de petróleo diminuírem drasticamente, o que preocupa nações ocidentais.

De acordo com uma carta divulgada à AFP na sexta-feira (21), os Estados Unidos, a União Europeia, a Coreia do Sul e outros países solicitaram o "apoio" da China para impedir que a RPDC contorne as sanções da ONU ao petróleo usando águas territoriais chinesas.

"Em particular, estamos preocupados com a presença repetida de vários petroleiros" identificados pelo painel de sanções da ONU "usando suas águas nacionais na Baía de Sansha como um porto seguro para facilitar seu comércio de produtos petrolíferos sancionados" para a Coreia do Norte, disse a carta.

O documento foi assinado pelos embaixadores na ONU da Austrália, Canadá, França, União Europeia, Alemanha, Itália, Japão, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.

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