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Coreia do Norte dispara "projéteis" após propor negociações aos EUA

Segundo agência sul-coreana, Pyongyang disparou dois "projéteis não identificados", no primeiro teste deste tipo desde julho

Teste realizado em setembro de 2017: Kim Jong-un já lançou 20 mísseis em 2017, três deles em direção ao território japonês / KCNA/ Reuters (KCNA/ Reuters/Reuters)

Teste realizado em setembro de 2017: Kim Jong-un já lançou 20 mísseis em 2017, três deles em direção ao território japonês / KCNA/ Reuters (KCNA/ Reuters/Reuters)

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AFP

Publicado em 10 de setembro de 2019 às 06h55.

Última atualização em 10 de setembro de 2019 às 06h57.

Coreia do Norte realizou nesta terça-feira dois disparos de 'projéteis', um dia após propor a retomada - no final de setembro - das negociações com os Estados Unidos, em ponto morto desde fevereiro, quando Donald Trump e Kim Jong Un fracassaram a chegar a um acordo sobre a desnuclearização norte-coreana.

Segundo a agência sul-coreana de notícias Yonhap, que cita fontes militares, Pyongyang disparou dois "projéteis não identificados", no primeiro teste deste tipo desde julho.

Os projéteis seguiram em direção leste sobre o mar a partir da província de Pyongan do Sul, revelaram à Yonhap fontes do Estado-Maior das Forças Armadas sul-coreanas.

Nos testes precedentes, os norte-coreanos dispararam mísseis de curto alcance.

Na véspera, a vice-ministra norte-coreana de Relações Exteriores, Choe Son Hui, havia declarado que "queremos estar frente a frente com os Estados Unidos no final de setembro, em uma data e um lugar que podemos conviver".

O período mencionado por Pyongyang coincide com a Assembleia Geral anual das Nações Unidas, que é celebrada na última semana de setembro em Nova York e reúne dirigentes do mundo todo. Ainda não está claro se um encontro entre o negociador americano, Stephen Biegun, e seus homólogos norte-coreanos poderia acontecer nessa ocasião.

"Sempre digo que se reunir é uma coisa boa", "vamos ver o que acontece", respondeu Donald Trump, ao ser questionado pela imprensa sobre a proposta norte-coreana. "Tenho uma relação muito boa" com o dirigente Kim, ressaltou.

O Departamento de Estado americano informou à AFP que não tem qualquer reunião para anunciar. Entretanto, o governo Trump tem multiplicado os chamados para retomar as negociações.

Biegun, que se reuniu em algumas ocasiões com seus homólogos norte-coreanos desde sua nomeação há quase um ano, pediu nesta sexta-feira a Pyongyang que deixe de colocar "obstáculos" às negociações, antes de que seja tarde demais.

"Fizemos a Coreia do Norte saber claramente que estamos dispostos a discutir quando nos deem um sinal", repetiu o enviado americano, propondo "lançar um ciclo intensivo de negociações".

Após uma perigosa escalada de tensão, os dois países iniciaram um diálogo inédito após o encontro histórico entre Trump e Kim em junho de 2018 em Singapura.

Sua segunda cúpula, em fevereiro em Hanói, acabou com fracasso: o presidente americano se recusou a suspender mais sanções em troca de um simples início de desarmamento nuclear proposto pelo líder norte-coreano.

Desde então, as negociações estão paralisadas, apesar do anúncio de uma iminente retomada depois que os dois presidentes se reuniram pela terceira vez, em um encontro mais improvisado, no final de junho, na fronteira intercoreana.

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