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Coreia do Norte destitui tio do líder Kim Jong-un, diz Seul

Jang Song-thaek, tio do líder Kim Jong-un e considerado um dos homens mais influentes do regime comunista da Coreia do Norte, foi destituído de suas funções

Jang Song-thaek, tio do líder Kim Jong-un: dois homens próximos de Jang teriam sido executados em público por corrupção (China Daily/File/Reuters)

Jang Song-thaek, tio do líder Kim Jong-un: dois homens próximos de Jang teriam sido executados em público por corrupção (China Daily/File/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 10h18.

Seul - Jang Song-thaek, tio do líder Kim Jong-un e considerado um dos homens mais influentes do regime comunista da Coreia do Norte, foi destituído de suas funções, segundo o serviço de inteligência (NIS) da Coreia do Sul.

Além disso, dois homens próximos de Jang teriam sido executados em público por corrupção e atividades contra o Partido dos Trabalhadores, segundo informou o NIS a membros do Parlamento da Coreia do Sul.

Os dois assessores são Ri Ryong-ha e Jang Soo-kil, altos funcionários do departamento administrativo do único partido da Coreia do Norte, que poderia estar sendo desmantelado por seus estreitos laços com Jang, segundo revelou o serviço de inteligência de Seul.

Jang Song-thaek é marido de Kim Kyong-hui, irmã do ex-líder Kim Jong-il, morto em dezembro de 2011, e tia do atual dirigente norte-coreano.

Jang, nascido em 1946, ostentava até agora vários cargos no Partido dos Trabalhadores, braço político do regime, entre eles o de vice-presidente da poderosa Comissão Nacional de Defesa.

O serviço de inteligência sul-coreano, que mencionou 'várias fontes confiáveis' ao publicar a informação sobre o suposto expurgo, afirmou que o tio do líder não apareceu em público desde que ocorreram as execuções de seus assessores.

A última vez que foi visto em público foi em 6 de novembro em uma reunião em Pyongyang como senador japonês Kanji Inoki. Ao lado do líder Kim Jong-un, ele não aparece desde 10 de outubro, quando surgiu em uma comemoração pelo 68º aniversário do Partido dos Trabalhadores.


'Isto é uma indicação que Jang foi cassado, embora se desconheça o motivo pelo qual caiu em desgraça', explicou uma fonte do NIS à agência sul-coreana Yonhap.

A fonte acrescentou que as autoridades do Exército Popular da Coreia do Norte, braço militar do regime com um grande peso político, foram informados das execuções, ainda que não tenha especificado quando ocorreram.

O serviço de inteligência sul-coreano procura agora determinar o alcance do suposto expurgo, que poderia ser um processo que permanece ativo.

Em todo caso, o extremo hermetismo de Pyongyang, que guarda sob segredo todos os movimentos políticos no país, torna impossível confirmar a veracidade dos fatos expostos hoje pelo NIS em Seul.

Muitos analistas consideraram Jang como a figura mais influente na Coreia do Norte após o jovem líder Kim Jong-un, para quem teria aplainado o caminho para que chegasse ao poder após a morte de seu pai.

O serviço de inteligência sul-coreano não sabe se o expurgo afetou a tia do líder, Kim Kyong-hui, com a qual seu marido, Jang Song-thaek, mantinha ultimamente, segundo especialistas, relações frias.

Fontes do Ministério da Unificação sul-coreano, citadas pela agência Yonhap, afirmam que Pyongyang vem tentando minimizar os efeitos das execuções e a derrocada do poderoso Jang.

'Recentes comentários na imprensa (norte-coreana) animando as pessoas a expressarem de maneira sincera a lealdade ao líder e defenderem o monolítico sistema ideológico centrado na figura do líder podem ser sinais das mudanças na cúpula do poder', apontou um funcionário do ministério.

*Atualização às 11h18 do dia 03/12/2013

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