Há duas semanas, a Coreia do Norte fez seu teste de explosão nuclear subterrânea mais potente até o momento (Cancan Chu/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2013 às 23h19.
Genebra - A Coreia do Norte acusou os Estados Unidos nesta quarta-feira de contribuir para uma situação "imprevisível" na península coreana dividida e abusar de seu poder no Conselho de Segurança da ONU para impor sua "política hostil" contra Pyongyang.
A Coreia do Norte está enfrentando mais sanções da Organização das Nações Unidas por causa do seu teste de explosão nuclear subterrânea há duas semanas, o seu maior e mais potente até agora, que atraiu advertências de Washington e condenação internacional.
Em dezembro, Pyongyang lançou um foguete de longo alcance, num movimento que críticos disseram ter sido projetado para testar a tecnologia para um míssil balístico intercontinental, levando a sanções mais rígidas da ONU no mês passado.
"Os EUA são os culpados pela situação na península coreana, que está avançando para perto de uma fase imprevisível agora", disse So Se Pyong, embaixador da Coreia do Norte em Genebra, na Conferência sobre o Desarmamento, patrocinada pela ONU.
Há uma semana, a delegação da Coreia do Norte ameaçou a Coreia do Sul de "destruição final" durante um acalorado debate nas conversações, o principal fórum da ONU sobre desarmamento.
A embaixadora dos EUA Laura Kennedy não respondeu ao ataque verbal nesta quarta-feira.
Mas o embaixador do desarmamento da Coreia do Sul Kwon Haeryong tomou a palavra para pedir para o seu vizinho "abandonar suas ambições nucleares, sem demora, e embarcar no caminho da paz".
CAIXA DE PANDORA
So, ex-embaixador do Irã, respondeu: "Eu gostaria de lhe dar conselhos objetivos de que será muito melhor para a Coreia do Sul ficar quieta, prestar mais atenção aos seus próprios interesses de assuntos internos e demonstrar pelo menos um pouco de paciência em vez de criar problemas e abrir caixas de Pandora".
A Coreia do Norte e a Coreia do Sul ainda estão tecnicamente em guerra após o conflito de 1950-53 terminar com uma trégua, não com um tratado de paz.
So disse que queria chamar a atenção para a "política hostil intensificada dos EUA" em direção à República Popular Democrática da Coreia, que tem o direito de lançar satélites para fins pacíficos.
"Os EUA não devem mais ser autorizados a infringir seriamente o direito independente da RPDC de usar o espaço para fins pacíficos nem deve ser autorizados a abusar do Conselho de Segurança da ONU como uma ferramenta para a execução de sua política hostil para com a RPDC", declarou.
O mais recente teste nuclear da Coreia do Norte, o terceiro desde 2006, foi um passo resoluto de autodefesa, afirmou So.