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Coreia do Norte critica torturas da CIA reveladas nos EUA

O país aproveitou para criticar a "moral ambivalente" da ONU na hora de julgar as violações de direitos humanos do regime de Kim Jong-un


	Kim Jong Un: o Conselho de Segurança "olha para o outro lado diante das torturas desumanas praticadas pela CIA"
 (Jason Lee/Reuters)

Kim Jong Un: o Conselho de Segurança "olha para o outro lado diante das torturas desumanas praticadas pela CIA" (Jason Lee/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 05h51.

Seul - A Coreia do Norte se referiu nesta quarta-feira ao relatório do Senado dos Estados Unidos sobre as torturas da agência de inteligência americana (CIA) na última década para criticar a "moral ambivalente" da ONU na hora de julgar as violações de direitos humanos do regime de Kim Jong-un.

O Conselho de Segurança "olha para o outro lado diante das torturas desumanas praticadas pela CIA", afirmou um porta-voz de Pyongyang, em um editorial que condena, mais uma vez, a resolução das Nações Unidas para levar à Justiça internacional os "crimes contra a humanidade" do governo norte-coreano.

"Se o Conselho de Segurança se ocupa da "questão dos direitos humanos" na República Popular de Coreia (nome oficial da Coreia do Norte), mas fecha os olhos para esse grave problema nos EUA, demonstra que se transformou em uma ferramenta para as práticas arbitrárias dos americanos", afirmou o editorial.

Essa crítica acontece depois que, na terça-feira, a Comissão de Inteligência do Senado dos EUA revelou que, nos anos posteriores aos atentados de 11 de setembro, a CIA realizou práticas de interrogatório "mais brutais" do que tinha admitido até então e que, além disso, seus resultados não foram efetivos.

O estudo, que contém mais de 500 páginas e abrange o período que vai do final de 2001 até o início de 2009, gerou uma grande polêmica ao revelar detalhes sobre as torturas praticadas contra os detidos, muitos dos quais foram presos por erro.

Assim, a Coreia do Norte aproveitou para questionar o papel do Conselho de Segurança da ONU, depois que a Assembleia Geral aprovou uma resolução no mês passado, apresentada por União Europeia e Japão, para levar a Coreia do Norte ao Tribunal Penal Internacional (TPI) pelos abusos cometidos pelo regime comunista.

A resolução, que deverá ser referendada na próxima semana pelo plenário da Assembleia, deve passar pelo Conselho de Segurança, mas teme-se que China e Rússia utilizem seu direito a veto para evitar que as violações de direitos humanos da Coreia do Norte sejam julgadas no TPI.

As violações estão documentadas em um relatório da ONU, divulgado em março, que revelou provas de extermínio, assassinato, escravidão, desaparecimento forçado, execuções sumárias, torturas, violência sexual, abortos induzidos e privação de alimentação, entre outros.

A Coreia do Norte reiterou hoje que o relatório é "fraudulento", "cheio de preconceitos e mentiras" e o atribuiu a um complô de Washington para realizar "uma invasão militar" no país. 

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