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Coreia do Norte confirma fim do armistício com o Sul

O país também alertou que seu próximo passo será um ato de retaliação militar "impiedoso" contra seus inimigos


	O líder norte-coreano Kim Jong-Un aponta para ilha sul-coreana, que ameaça atacar
 (AFP)

O líder norte-coreano Kim Jong-Un aponta para ilha sul-coreana, que ameaça atacar (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2013 às 13h13.

Seul - A Coreia do Norte confirmou nesta quarta-feira que cancelou o armistício de 60 anos que colocou fim à Guerra da Coreia, e alertou que seu próximo passo será um ato de retaliação militar "impiedoso" contra seus inimigos.

Uma longa declaração feita pelo ministério das Forças Armadas do Norte se somou à onda de terríveis ameaças lançadas por Pyongyang nos últimos dias, que elevaram as tensões militares sobre a península coreana ao seu nível mais alto em anos.

O comunicado divulgado pela agência de notícias oficial do país afirmou que o real "belicista" era proveniente dos Estados Unidos e de suas marionetes em Seul.

"Seria bom eles manterem em mente que o acordo de armistício não é mais válido e que a (Coreia do Norte) não está bloqueada pela declaração Norte-Sul de não-agressão", disse um porta-voz do ministério.

"O que ainda resta fazer é uma ação de justiça e uma retaliação impiedosa do exército e do povo da Coreia do Norte", disse o porta-voz.

O Norte anunciou na semana passada que iria anular o armistício de 1953 e os pactos de paz assinados com Seul em protesto pelas manobras militares conjuntas entre Coreia do Sul e Estados Unidos que começaram na segunda-feira.

Devido ao fato de a Guerra da Coreia ter sido concluída com um armistício, em vez de um acordo de paz, as duas Coreias sempre permaneceram tecnicamente em guerra.

A anulação do cessar-fogo teoricamente abre caminho para uma retomada das hostilidades, embora os observadores notem que esta é uma situação muito diferente de quando a Coreia do Norte anunciou pela primeira vez o fim do armistício.


O armistício foi aprovado pela Assembleia Geral da ONU, e tanto os Estados Unidos quanto a Coreia do Sul repudiaram a saída unilateral do Norte.

"Os termos do acordo de armistício não permitem que qualquer um dos lados, de forma unilateral, se desvincule dele", disse o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.

O Norte também ameaçou lançar ataques nucleares contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul em resposta às novas sanções adotada pela ONU, depois que Pyongyang realizou seu terceiro teste nuclear no mês passado.

Embora as ameaças tenham sido encaradas em grande parte como bravatas, há fortes preocupações de que o Norte irá realizar alguma forma de provocação militar nas próximas semanas.

A agência de notícias Yonhap, da Coreia do Sul, citou nesta quarta-feira uma fonte militar dizendo que as saídas de aviões de combate norte-coreanos nos últimos dias atingiram níveis "sem precedentes", com cerca de 700 contabilizadas apenas na segunda-feira.

Além da anulação dos acordos de cessar-fogo, o Norte cortou uma linha direta da Cruz Vermelha com o Sul, um dos poucos meios de comunicação entre Pyongyang e Seul, que não têm relações diplomáticas.

No entanto, um porta-voz da Casa Azul, a presidência em Seul, disse que o telefone vermelho militar ainda estava em funcionamento.

"A comunicação militar está funcionando normalmente e vamos buscar transmitir qualquer mensagem ao Norte através do canal quando for necessário", disse.

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