"Todo o governo e o povo da DPRK (Coreia do Norte) estão fervilhando com um forte ressentimento por esse monstruoso ato criminoso", declarou o Comando Supremo do Exército (AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2013 às 18h47.
O Exército norte-coreano deu nesta terça-feira (hora local) um "ultimato" ao vizinho do sul, prometendo lançar um ataque inesperado, caso as atividades hostis à Coreia do Norte continuem na península.
O alerta foi feito depois que manifestantes em Seul queimaram, na segunda-feira, imagens do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung, de seu filho, Kim Jong-Il, e de seu neto e atual líder do país, Kim Jong-Un.
O ato coincide com as festividades nacionais na Coreia do Norte pelo 101o aniversário do nascimento de Kim Il-Sung, uma data reverenciada como "O dia do sol".
"Todo o governo e o povo da DPRK (Coreia do Norte) estão fervilhando com um forte ressentimento por esse monstruoso ato criminoso", declarou o Comando Supremo do Exército, em nota divulgada pela agência oficial de notícias norte-coreana.
No "ultimato", o governo declara que "nossa ação retaliatória começará sem aviso prévio, a partir de agora, já que um criminoso ato triplamente amaldiçoado de ferir a dignidade da liderança suprema da DPRK está sendo abertamente praticado no coração de Seul, sob o patrocínio das marionetes do governo".
A nota acrescenta que as Forças Armadas "iniciarão imediatamente suas corretas ações militares para mostrar como o governo e o povo da DPRK valorizam e protegem a dignidade da liderança suprema".
"A demonstração militar das revolucionárias Forças Armadas da DPRK será um poderoso golpe de marreta em todas as forças hostis que ferem a dignidade da liderança suprema da DPRK".
A península coreana se encontra em uma escalada de tensão militar desde que o Norte realizou um teste nuclear em fevereiro de 2013.
Estimulada pelas recentes sanções da ONU e pelos exercícios militares conjuntos EUA-Coreia do Sul, Pyongyang tem lançado várias ameaças de ataques de míssil e de guerra nuclear, nas últimas semanas.
Em uma tentativa para diminuir a tensão, a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, defendeu semana passada a necessidade de diálogo e de se "ouvir o que a Coreia do Norte pensa". Pyongyang rejeitou as propostas como um "truque ardiloso" de Seul para esconder suas intenções agressivas.
Nesta terça, o Comando do Exército Supremo declarou que, se o Sul realmente quiser estabelecer diálogo e negociações, "eles devem se desculpar por todos os atos hostis à DPRK, grandes e pequenos".
A Coreia do Norte costuma relacionar testes militares de alto perfil com datas-chave, motivo pelo qual esperava-se um teste de míssil de médio alcance na segunda-feira, junto com as celebrações pelo nascimento de Kim Il-Sung.
Ao contrário do que aconteceu na comemoração do Centenário de Il-Sung, este ano, porém, não houve parada militar de grande porte, e autoridades sul-coreanas disseram que o estado de atenção com o possível lançamento de míssil pode se arrastar por dias.