Kim e Trump: presidente americano divulgou através das redes sociais uma carta que disse ter recebido do líder norte-coreano (Jonathan Ernst/Reuters)
EFE
Publicado em 12 de julho de 2018 às 18h22.
Washington - A Coreia do Norte pediu aos Estados Unidos para adiar até o próximo domingo a reunião que delegações de ambos países tinham previsto para esta quinta-feira na cidade de Panmunjom para abordar a entrega dos restos de soldados americanos mortos na Guerra da Coreia, segundo confirmou o Departamento de Estado americano.
"O vice-presidente Kim Yong-chol tinha combinado durante seu encontro com o secretário (de Estado, Mike) Pompeo que sua equipe se reuniria com a delegação americana em Panmunjom em - ou em torno de - 12 de julho para avançar na repatriação dos restos dos soldados", afirmou hoje a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert.
No entanto, segundo Nauert, já nesta quinta-feira os norte-coreanos solicitaram a Washington o adiamento deste encontro até o próximo domingo.
"Estaremos preparados", concluiu a funcionária americana, que se recusou a dar mais detalhes sobre o encontro.
Este anúncio acontece no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou através das redes sociais uma carta que disse ter recebido do líder norte-coreano, Kim Jong-un, com a qual tentou demonstrar que ambos países estão realizando "grandes avanços".
A carta, no entanto, está datada de um dia antes de o Ministério de Relações Exteriores norte-coreano ter qualificado como "lamentável" e "preocupante" a postura de Washington nas conversas que Pompeo realizou na semana passada em Pyongyang.
A entrega dos restos mortais dos soltados foi estipulada durante a histórica cúpula do último dia 12 de junho entre Trump e Kim, e o presidente americano chegou a dizer há várias semanas que Pyongyang já tinha começado com a repatriação dos restos, o que foi desmentido posteriormente pelo Pentágono.
Segundo dados oficiais, 7.699 americanos desapareceram na Coreia durante o conflito que aconteceu entre 1950 e 1953 e que oficialmente continua ativo desde então, já que terminou em um armistício e não em um tratado de paz.