Kim Jong-Un e Donald Trump: presidentes assinaram um vago compromisso de desnuclearização em junho (Jonathan Ernst/Reuters)
Reuters
Publicado em 9 de agosto de 2018 às 15h30.
Última atualização em 9 de agosto de 2018 às 16h41.
A Coreia do Norte acusou os Estados Unidos nesta quinta-feira de pressionarem pela adoção de sanções internacionais apesar dos gestos de boa vontade de Pyongyang e disse que não se pode esperar um progresso nas promessas de desnuclearização se Washington continuar a seguir um "roteiro de atuação desatualizado".
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores disse em um comunicado divulgado pela agência estatal KCNA que a Coreia do Norte ainda está disposta a implantar um acordo abrangente firmado durante a cúpula história de junho entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un.
Os dois lados se comprometeram a trabalhar pela desnuclearização da Coreia do Norte, mas desde então mostram dificuldades de chegar a um acordo para atingir este objetivo, já que Washington insiste em manter a pressão das sanções durante as negociações.
O comunicado norte-coreano veio na esteira de comentários feitos nesta semana por diplomatas norte-americanos graduados que enfatizaram a necessidade de Pyongyang adotar medidas adicionais para a desnuclearização. Estes, por sua vez, vieram na sequência de uma troca de farpas entre o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o chanceler da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, na semana passada nos bastidores de uma cúpula regional em Cingapura.
Nesta quinta-feira a chancelaria norte-coreana disse que seu país parou de testar mísseis e realizar testes nucleares e que desmontou "o local de testes nucleares" - mas os EUA continuam insistindo na "desnuclearização primeiro".
A Coreia do Norte tomou a iniciativa de devolver os restos mortais de alguns soldados norte-americanos mortos na Guerra da Coreia de 1950-53 como gesto de boa vontade para superar a desconfiança entre os países, disse a chancelaria.
"Entretanto os EUA responderam à nossa expectativa incitando sanções internacionais e pressão contra a RPDC (República Popular Democrática da Coreia)".