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COP11 da Biodiversidade: metas e ritmo

Começou nesta segunda-feira a 11ª edição da Conferência das Partes sobre Diversidade Biológica – COP11, sob o comando do brasileiro Bráulio Dias


	Bráulio Dias: A opção do secretário da CDB é investir pesado no pragmatismo, propondo menos ênfase em negociações e mais troca de experiências
 (Renato Araújo/ONU)

Bráulio Dias: A opção do secretário da CDB é investir pesado no pragmatismo, propondo menos ênfase em negociações e mais troca de experiências (Renato Araújo/ONU)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2012 às 16h54.

São Paulo - O brasileiro Bráulio Dias (ex-secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente) abriu hoje sua primeira Conferência das Partes (COP), na qualidade de Secretário Executivo da Convenção de Diversidade Biológica, da <a href="https://exame.com/noticias-sobre/onu"><strong>ONU</strong></a>. </p>

Para quem prefere siglas, esta é a COP11 da CDB. A reunião conta com 14 mil participantes, incluindo os representantes de 192 países mais União Europeia.

Tem lugar em Hyderabad, na Índia, e seu objetivo principal é discutir meios de implementar e financiar o Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020, cujo teor foi acordado há dois anos, na COP10, realizada em Nagoya, no Japão.

Os pessimistas de plantão não deixam passar o fato de os signatários da Convenção de Diversidade Biológica estarem atrás de recursos para financiar a conservação da biodiversidade desde que o documento foi aberto para assinaturas, em 1992.

Vários de nós, jornalistas, com nossa sede de novidades, já pressionamos por números concretos, embora a conferência tenha apenas começado e só termine no dia 19 de outubro.

E não falta quem logo vaticine a grande probabilidade de fracasso, dada a conjuntura econômica mundial e a consequente dificuldade de se financiar qualquer coisa.


Ocorre que a expectativa em relação à CDB não pode ser igual à de uma reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) ou do Fundo de Resgate Europeu.

Nenhum subsídio à exportação e nenhum aporte a bancos em crise pode nos assegurar a proteção à biodiversidade. As metas da CDB e o ritmo do progresso mundial em direção a tais metas são muito, muito diferentes.

Exigem medidas de longo prazo, do tipo capaz de mudar atitudes, posturas, políticas e, sobretudo, práticas cotidianas.

A opção de Bráulio Dias, como secretário da CDB, é investir pesado no pragmatismo, propondo menos ênfase em negociações e mais troca de experiências.

Ele advoga o fortalecimento da cooperação científica, técnica e tecnológica entre os países e propõe juntar esforços na identificação de novas abordagens e novos mecanismos capazes de nivelar o acesso aos recursos mundiais, favorecer a incorporação de critérios de sustentabilidade nas políticas de governos, mobilizar e engajar o setor empresarial.


É um caminho diverso do velho acotovelar-se entre os países mais pobres e competir pelos mesmos recursos de organismos internacionais.

Em lugar de aceitar a grande maioria de pires na mão, mirando meia dúzia de fontes tradicionais de recursos, o secretário pretende promover mais olhares cruzados.

Pode funcionar para este momento, em que as diretrizes estratégicas já estão acertadas, existem metas e a prioridade é viabilizar a implementação dos planos.

Talvez a dificuldade em se obter recursos em um mundo de crise globalizada conduza, afinal, a um modelo descentralizado de financiamento à conservação.

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