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Conversas com governo estão congeladas, diz oposição venezuelana

Os dois lados discordam fundamentalmente - a oposição quer a saída de Maduro e as autoridades prometeram que ele não irá deixar o cargo até 2019

Venezuela: "O governo, de forma irresponsável, congelou o processo de diálogo ao não comparecer a duas reuniões técnicas na noite passada" (foto/AFP)

Venezuela: "O governo, de forma irresponsável, congelou o processo de diálogo ao não comparecer a duas reuniões técnicas na noite passada" (foto/AFP)

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Reuters

Publicado em 23 de novembro de 2016 às 17h10.

Caracas - A oposição da Venezuela disse nesta quarta-feira que as conversas com o governo estão "congeladas" porque as autoridades não compareceram a reuniões no dia anterior, jogando um balde de água fria nas tentativas de solucionar a profunda crise política do país mediadas pelo Vaticano.

Embora as conversas formais iniciadas no mês passado tenham parecido estar ligadas à libertação de alguns ativistas detidos nas últimas semanas, as esperanças de uma aproximação sempre foram pequenas.

Os dois lados discordam fundamentalmente - a oposição quer a saída do presidente socialista venezuelano, Nicolás Maduro, e as autoridades prometeram que ele não irá deixar o cargo até o final de seu mandato, em 2019.

"O governo, de forma irresponsável, congelou o processo de diálogo ao não comparecer a duas reuniões técnicas na noite passada", disse o líder da coalizão opositora, Jesús Torrealba, à Reuters.

Ativistas opositores insinuaram que Maduro recuou das conversas depois que a Assembleia Nacional realizou uma sessão acalorada na terça-feira na qual o repreendeu por um escândalo de drogas envolvendo sua família.

Neste mês, dois sobrinhos de Cilia Flores, esposa de Maduro e parlamentar do partido governista, foram considerados culpados de acusações feitas nos Estados Unidos segundo as quais os dois tentaram realizar uma negociação de drogas de milhões de dólares para obter uma grande quantidade de dinheiro e ajudar sua família a permanecer no poder.

"O governo está usando o debate como desculpa", disse o candidato em duas eleições presidenciais, Henrique Capriles, acusando as autoridades de não estarem realmente comprometidas com as negociações.

Caracas não respondeu de imediato a um pedido de comentários sobre o estado do diálogo com a oposição.

Não ficou claro se as tratativas podem ser reiniciadas ou se a oposição irá retomar uma pauta mais militante, que antes das reuniões incluiu protestos de rua e um plano para levar Maduro a julgamento perante a Assembleia Nacional.

O diálogo dividiu partes da diversificada coalizão opositora, e alguns ativistas sentiram que o governo estava usando a oposição para ganhar tempo sem fazer qualquer concessão real.

Encontros anteriores nos últimos anos amenizaram algumas tensões nas ruas, mas também revelaram pouco progresso em questões centrais.

A situação no país rico em petróleo se agravou nos últimos meses. Devido à recessão, milhões de pessoas não estão encontrando ou podendo pagar por alimentos em um cenário de escassez e de inflação crescente.

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