José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal: grevistas prometem paralisar o país (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2010 às 08h45.
Lisboa - Enquanto as autoridades portuguesas tentam convencer os mercados de que o país não vai precisar de uma intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou do apoio do Fundo Europeu de Estabilidade, pela primeira vez, em 22 anos, as duas centrais sindicais de Portugal vão organizar juntas uma greve geral, prevista para amanhã.
A greve tem como alvo as medidas do governo tomadas para reconquistar a confiança dos mercados. Incluem a redução de até 10% dos salários dos funcionários públicos (variando conforme o salário), o congelamento das aposentadorias, a redução de apoios sociais (auxílio maternidade e apoio aos carentes) e regras mais duras para quem recebe o seguro desemprego.
“Nós somos a favor da redução do déficit, mas não como objetivo central. Acreditamos que o primeiro objetivo deve ser o de criar riqueza e emprego”, afirma João Proença, secretário geral da União Geral dos Trabalhadores.
Para Proença, a greve não vai alterar a percepção que os mercados têm sobre a capacidade de Portugal pagar suas dívidas. “Não são as greves que conduzem à menor confiança dos mercados financeiros. O que conduz à menor confiança são as políticas erradas, que conduzem à grande insatisfação social que gera os conflitos”, disse.
Manuel Carvalho da Silva, secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses, considera que não deve haver receio do que os mercados possam pensar sobre a greve. “Estamos perante processos de agiotagem internacional e interna. Não há agiota que pare a agiotagem pela submissão das vítimas”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.