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Contestado, premiê do Japão confirma renúncia

Yukio Hatoyama foi pressionado pelas críticas à decisão de manter uma base militar americana no sul do país

O premiê japonês Yukio Hatoyama, que renunciou ao cargo na noite de ontem.  (.)

O premiê japonês Yukio Hatoyama, que renunciou ao cargo na noite de ontem. (.)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2010 às 09h55.

Tóquio - O primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, anunciou formalmente na noite de ontem que renunciará, pressionado pelas críticas à decisão de manter uma base militar americana no sul do país.

Hatoyama, no poder há oito meses, revelou a decisão em discurso aos membros do Partido Democrático (PD). O premiê disse ter trabalhado com uma visão a longo prazo que para o povo é "difícil de ser entendida".

Depois da decisão sobre a manutenção da base americana, os índices de popularidade do Executivo japonês chegaram a cerca de 17%, e alguns membros de seu partido, o Democrático (PD), tinham pedido sua renúncia perante a proximidade das eleições parciais ao Senado, que acontecerão em meados de julho.

Apesar das críticas, Hatoyama disse que a manutenção da base americana na ilha sulista de Okinawa é uma medida importante para garantir a segurança no extremo oriente asiático, e disse que sua intenção sempre foi realizar uma política "limpa" no país.

Para Hatoyama, seus meses de Governo representaram "uma mudança na história política do Japão". Sobre a base americana, disse que o assunto incomodou a população, mas "a relação com os Estados Unidos é muito importante" e é "a base da paz" no Leste da Ásia.

Por enquanto não se sabe quem será o substituto de Hatoyama. O mais provável é que o PD escolha seu sucessor em uma escolha interna, como ocorreu desde 2006, pois os três últimos primeiros-ministros do Japão, todos eles do PLD, não duraram sequer um ano no cargo.

O chefe de Governo pediu ainda a renúncia do secretário-geral do partido, Ichiro Ozawa, um dos homens fortes da política japonesa e responsável direto pela vitória eleitoral dos democratas nas eleições do último dia 30 de agosto, que marcaram o fim de mais de meio século de Governo do Partido Liberal-Democrata (PLD).

Além da pouca popularidade, o mandato de Hatoyama, milionário e neto do fundador da Bridgestone, foi sempre alvo de algumas polêmicas relacionadas com seu grande patrimônio.

Cerca de um mês após chegar ao poder, Hatoyama teve que enfrentar um escândalo financeiro sobre doações políticas não declaradas, enquanto Ozawa foi envolvido em uma polêmica por fundos não declarados a uma construtora.

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