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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
São Paulo - O consumo de energia elétrica no País registrou um crescimento de 9,3% em março de 2010 ante igual mês de 2009, para 35,314 mil gigawatts-hora (GWh), segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia (MME). Na comparação entre o primeiro trimestre de 2010 e o mesmo período de 2009, a expansão foi de 9,6%. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta do consumo foi de 2%. As informações constam da Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica da EPE, divulgada hoje pela autarquia.
Segundo a EPE, as estatísticas de março de 2010, apesar de influenciadas pela base mais baixa de comparação com 2009 - ano afetado pela crise econômica internacional -, "confirmam a tendência já observada nos meses anteriores de recuperação expressiva do nível de atividade da indústria e de robustez na expansão do consumo das famílias e do setor terciário". O consumo industrial registrou crescimento de 12% entre março de 2010 e igual mês de 2009, para 15 mil GWh. "É a primeira vez, desde novembro de 2008, que o consumo das indústrias atinge este patamar, em uma evidência de recuperação da atividade setorial como um todo", informou a autarquia.
A recuperação do consumo industrial se observa, principalmente, nas atividades de siderurgia e extração mineral, cujas indústrias foram as mais afetadas pela crise econômica. "Isso explica o aumento do consumo na Região Norte (+11,6%), fortemente condicionado pelo comportamento das indústrias no Pará (que representa 80% do consumo regional), em Minas Gerais (+26%) e no Espírito Santo (+60%)", destacou a EPE. Em São Paulo, o consumo industrial de energia cresceu 7,6% no período.
O segmento residencial continua registrando forte demanda por energia, e no mês de março de 2010 consumiu 7,8% a mais do que igual período de 2009, para 9,151 mil GWh. "Contribuiu para o crescimento do consumo das residências em março a sequência de dias com elevada temperatura, acima da média normalmente observada no período", disse a EPE. Outro fator que impulsiona a demanda deste setor é a contínua expansão do número de residências consumidoras, que chegou a 56,5 milhões de unidades em março de 2010.
O consumo da classe comercial aumentou 8% no período, para 6,155 mil GWh. Assim como o segmento residencial, a demanda por energia do setor comercial foi influenciada positivamente pela ocorrência de temperaturas mais elevadas. A EPE também destacou o impacto positivo da intensificação das atividades comerciais graças à conjuntura favorável do País, tendo em vista o aumento da renda da população e a redução da taxa de desemprego.
A EPE informou que o consumo de energia no mercado livre, formado basicamente pelas grandes indústrias do País, registrou crescimento de 16,7% em março de 2010 ante igual mês de 2009, para 8,6 mil GWh.