Energia: no ano passado, os Brics consumiram 6.800 terawatts-hora, o mesmo que o G7, enquanto que seu consumo era de pouco menos de 3.000 terawatts-hora em 2002. (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2013 às 15h19.
Os cinco países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) consumiram pela primeira vez, em 2012, o mesmo nível de energia elétrica dos sete países do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá, Itália), segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira.
No espaço de dez anos, o consumo de energia elétrica nas cinco maiores economias emergentes mais do que duplicou, enquanto que o dos sete maiores países industrializados ficou estagnado, segundo o estudo da empresa Enerdata.
No ano passado, os Brics consumiram 6.800 terawatts-hora, o mesmo que o G7, enquanto que seu consumo era de pouco menos de 3.000 terawatts-hora em 2002. Apesar disso, a necessidade de energia parece ter tido uma leve diminuição, já que o crescimento da demanda por energia elétrica dos cinco países foi de 5% no ano passado, contra 8% em média desde 2000.
Globalmente, o consumo de energia (e não somente de eletricidade) dos Brics impulsionou a demanda mundial no ano passado, com um crescimento de 3,7%, contra 1,1% para o G20, que representa 80% do consumo mundial.
Mas a tendência reflete o desaquecimento econômico de 2012, principalmente na China, maior consumidora de energia. Em 2011, o crescimento do consumo dos Brics estava próximo de 6% e o do G20 era de quase 2%.
As emissões de CO2 aumentaram em 1,4% no ano passado, de acordo com a Enerdata, ou seja, pouco mais do que o crescimento do consumo. Com a mudança do carvão para o gás, os Estados Unidos viram suas emissões recuarem mais de 3%. Mas, à exceção do Canadá, as emissões aumentam nos demais, incluindo nos países europeus (Reino Unido, Alemanha e, em menor medida, na França).
A notícia animadora do relatório vem da intensidade energética, ou seja, a energia consumida em relação ao PIB de um país. A proporção caiu 1,7% em média no G20, com quedas mais fortes nos Estados Unidos, na China e no Japão.