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Consumo de álcool tóxico deixa mais de 100 mortos na Índia

A polícia suspeita que o licor "Moonshine", comum nas áreas rurais da Índia, foi misturada com metanol

Índia: 3 mil pessoas ligadas ao comércio ilegal foram detidas depois da tragédia, dizem jornais locais (NurPhoto / Contributor/Getty Images)

Índia: 3 mil pessoas ligadas ao comércio ilegal foram detidas depois da tragédia, dizem jornais locais (NurPhoto / Contributor/Getty Images)

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AFP

Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 08h20.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2019 às 08h55.

Nova Délhi — Mais de cem pessoas morreram desde quinta-feira pelo consumo de álcool adulterado no norte da Índia , onde as autoridades realizaram cerca de 300 detenções em uma campanha contra esta praga que costuma atingir a população mais pobre e vulnerável do país.

O distrito de Saharanpur, no estado de Uttar Pradesh, é o mais afetado ao concentrar cerca de 60 mortos e entre 15 e 20 hospitalizados, explicou nesta segunda-feira à Agência Efe o subdiretor-general para o Ordem Pública da Polícia regional, Anand Kumar.

Em todo Uttar Pradesh, o estado mais populoso da Índia com cerca de 200 milhões de habitantes, a polícia deteve e "reteve" nos últimos dias cerca de 300 pessoas em conexão com o tráfico de licor ilegal, acrescentou a fonte, que precisou que os componentes do álcool adulterado serão revelados após a investigação.

"Atualmente o licor ilícito está sendo analisado. Não posso dizer de forma conclusiva quais são seus componentes químicos, mas parece ter a presença de pesticidas e outros químicos que o tornavam tóxico", concluiu Kumar.

No vizinho estado de Uttarakhand, o distrito de Haridwar registrou até hoje 26 mortes pelas bebidas adulteradas, manufaturadas em uma "aldeia fronteiriça do distrito de Saharanpur", explicou à Agência Efe o diretor-geral para o Ordem Pública da Polícia de Uttarakhand, Ashok Kumar.

As autoridades regionais detiveram duas pessoas envolvidas e seguem a pista dos restantes, que estão foragidos, de acordo com o alto comando policial.

Uma fonte de segurança, que pediu o anonimato, assegurou à Agência Efe que cada garrafa foi vendida por cerca de 100 rupias (por volta de US$ 1,4), enquanto o quarto de litro custava entre 10 e 30 rupias (US$ 0,15 e US$ 0,40).

Outro incidente no distrito de Kushinagar de Uttar Pradesh, sem aparente conexão com os anteriores, causou, além disso, oito mortos e quatro hospitalizados, dos quais dois foram já tiveram alta, disse à Agência Efe o superintendente da polícia dessa demarcação administrativa, Rajeev Narain Mishra.

Este terceiro fato eleva para 104 os mortos nos últimos quatro dias nestes dois estados do norte do país.

A ingestão de álcool ilegal e adulterado na Índia costuma ocorrer em zonas rurais ou áreas pobres das cidades devido a seu baixo preço.

O líquido resultante contém pesticidas e outras substâncias daninhas para a saúde que já provocaram mais intoxicações no passado.

O maior envenenamento dos últimos anos aconteceu em dezembro de 2011 no estado de Bengala, no leste da Índia, onde mais de 130 pessoas faleceram por ingerir um álcool ilegal adquirido junto a uma estação ferroviária.

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