Maduro: Delcy qualificou esta aprovação de "decisão histórica" (Marco Bello/Reuters/Reuters)
EFE
Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 17h13.
Caracas - A Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela, composta somente por aliados do governo, aprovou nesta terça-feira mediante um decreto que as eleições presidenciais previstas para este ano sejam realizadas no primeiro quadrimestre de 2018.
"Aprovado por aclamação", declarou a presidente da ANC, Delcy Rodríguez, após a votação unânime dos constituintes que deu sinal verde a esta resolução.
A ANC é um órgão plenipotenciário não reconhecido pela oposição e vários governos por ter sido formado sem um referendo prévio de aprovação, como indica a Constituição.
Delcy qualificou esta aprovação de "decisão histórica", já que o país terá que decidir na "conjuntura histórica que se apresentou".
"Se continuaremos sendo uma pátria livre e independente ou, coisa que jamais acontecerá, se pretendemos voltar ao modelo de escravidão política, ideológica, econômica, social", expôs.
O relator do decreto foi o constituinte Diosdado Cabello, que lembrou que as eleições devem ser convocadas formalmente pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mas que o texto aprovado hoje é "de cumprimento obrigatório para todos os poderes segundo a Constituição".
Cabello indicou que o chavismo tem um só candidato e lembrou as palavras do presidente Hugo Chávez em 8 dezembro de 2012, quando pediu Nicolás Maduro como presidente.
"Se algo me acontecer, elejam Nicolás Maduro como presidente da República. Disse o presidente Chávez", lembrou o constituinte, ao apresentar a proposta para convocar as eleições.
Cabello também afirmou que diante das sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia a resposta será "mais eleições".
"Haverá união revolucionária, haverá pátria e haverá revolução por muitos anos e por muito tempo", reiterou.
Após o decreto ser aprovado, os constituintes gritavam o lema "o povo consciente, Maduro presidente".
A realização de eleições presidenciais "livres" e "justas" é uma das reivindicações da oposição no diálogo político com o governo, bem como uma nova composição de reitores do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), um órgão do qual os opositores desconfiam.