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Consórcio suspende obras de Belo Monte após vandalismo

A empresa informou que houve vandalismo nos canteiros de trabalho no final de semana e que a paralisação é uma questão de segurança


	Belo Monte: o vandalismo ocorre em meio à negociação entre representantes dos trabalhadores e empresa para renovação do acordo coletivo de trabalho
 (Mario Tama/Getty Images)

Belo Monte: o vandalismo ocorre em meio à negociação entre representantes dos trabalhadores e empresa para renovação do acordo coletivo de trabalho (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2012 às 12h40.

Brasília – Alegando questão de segurança, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) anunciou hoje (12) a paralisação das obras de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. A empresa informou que houve vandalismo nos canteiros de trabalho no sábado (11) e ontem (12), com o registro de sete pessoas com ferimentos leves.

De acordo com o CCBM, um grupo formado por cerca de 30 pessoas encapuzadas incendiou e saqueou no sábado o Sítio Pimental, uma das frentes de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Ontem (12), uma nova ocorrência de vandalismo foi registrada no canteiro Canal e Diques e no Sítio Belo Monte, invadidos por cerca de 20 encapuzados.

O vandalismo ocorre em meio à negociação entre representantes dos trabalhadores e empresa para renovação do acordo coletivo de trabalho, que tem data-base em novembro. Atualmente, há cerca de 15 mil trabalhadores contratados para atuarem nas frentes de obra, 12 mil diretamente pelo CCBM. A expectativa é que o ápice de contratações aconteça em 2013, quando o empreendimento terá 23 mil trabalhadores.

Na nota, o CCBM informou que, após as assembleias terem transcorrido normalmente nas frentes de obra localizadas nos canteiros Sítio Belo Monte e Canais e Diques, “cerca de 30 pessoas que não representam os trabalhadores” impediram a realização da assembleia que estava acontecendo em Sítio Pimental, outra frente de obra, localizada a 70 quilômetros de Altamira.

Ainda segundo a nota do CCBM, o grupo era formado por pessoas encapuzadas e armadas com pedaços de madeira. Eles teriam ameaçado os trabalhadores que iriam participar da assembleia e destruído instalações, computadores e diversos outros objetos, além de depredar a farmácia e a lanchonete instaladas no local e tentarem incendiar uma cozinha.

O CCBM informou que diversos produtos e dinheiro foram saqueados e que dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav) foram expulsos do local pelos manifestantes.

Na invasão de domingo, as ações foram pontuais e de pequenos danos, segundo o CCBM. Mas ela teria gerado um clima de insegurança no local e, por este motivo, as obras foram interrompidas.

A Agência Brasil está tentando obter da Polícia Civil em Altamira (PA) e do Sintrapav esclarecimento sobre as denúncias de vandalismo apresentadas pelo CCBM, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.

No início de abril, houve incêndio e depredação de alojamentos de trabalhadores na Usina Hidrelétrica Jirau, no Rio Madeira (RO). Na ocasião, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, classificou os atos de “banditismo” e “vandalismo”.

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