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Consórcio ESBR pede aditivo de R$ 7,3 bi ao BNDES

A energia adicional proporcionada pela expansão, de no mínimo 209 MW, já foi vendida no leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica

O aditivo está sendo pleiteado pela GDF para viabilizar o plano de expansão da capacidade de produção do empreendimento (Divulgação/BNDES)

O aditivo está sendo pleiteado pela GDF para viabilizar o plano de expansão da capacidade de produção do empreendimento (Divulgação/BNDES)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2012 às 17h58.

São Pualo - O consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR) pediu ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um aditivo ao financiamento de R$ 7,3 bilhões para a construção da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. Maurício Bähr, presidente da IPR - GDF Suez Brasil, líder do consórcio, disse ao Estado que o valor do empréstimo, que já é o maior concedido pelo BNDES até hoje, poderá chegar a R$ 10 bilhões, se o novo pedido for aprovado.

O aditivo está sendo pleiteado pela GDF para viabilizar o plano de expansão da capacidade de produção do empreendimento dos originais 3.300 MW para 3.750 MW com a instalação de mais seis turbinas. A energia adicional proporcionada pela expansão, de no mínimo 209 MW, já foi vendida no leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizado em agosto do ano passado.

Segundo Bähr, o valor total da construção de Jirau já subiu de R$ 11 bilhões para R$ 15 bilhões, incluindo indexadores contratuais e a expansão da geração com o acréscimo das seis novas turbinas às 44 do projeto original, totalizando 50 máquinas. As novas turbinas foram encomendadas na China e não poderão ser custeadas com recursos do BNDES, que só financia a aquisição de equipamentos nacionais. O crédito adicional foi pedido para as obras civis da expansão.

"Estamos negociando com o BNDES, esperamos uma resposta do banco em até dois meses", informou o executivo. Segundo Bähr, os distúrbios provocados por movimentos grevistas no canteiro de obras de Jirau que culminaram no incêndio e depredação de alojamentos e instalações no ano passado prejudicaram o ritmo das obras e provocaram o adiamento da operação antecipada da usina de abril para outubro deste ano. Por isso, a negociação conduzida pela GDF junto ao BNDES envolve também a revisão dos prazos de amortização.

O financiamento prevê uma carência de seis meses após a data marcada para o início antecipado da operação, cujo limite contratual é 2014, e precisa ser readequado ao novo cronograma da obra. Também há atrasos na linha de transmissão, mas Bähr garante que a operação será iniciada em outubro de qualquer forma, já que o contrato garante a remuneração da operação. O executivo também afirmou que cobrará das seguradoras do empreendimento ressarcimento da receita perdida e dos prejuízos provocados pelos distúrbios.

Procurado pelo Estado, o BNDES informou que não pode se pronunciar sobre o pedido adicional para Jirau, porque não fala sobre financiamentos ainda em fase de análise. O crédito de R$ 7,3 bilhões concedido pelo BNDES em 2009 representa quase 70% do custo total da hidrelétrica, que faz parte do complexo do Rio Madeira.

As condições do financiamnto, que tem metade intermediada por bancos comerciais em uma operação do tipo project finance, contribuíram para a engenharia financeira que levou a um deságio de 21,5% na tarifa oferecida pelo consórcio vencedor no leilão. Além da GDF, que lidera a ESBR com 50,1%, integram a concessionária o consórcio Eletrosul, Chesf e Camargo Correa.

O crédito para Jirau é considerado até hoje o maior da história do BNDES, mas deve ser superado este ano pelo financiamento da hidrelétrica de Belo Monte, que pode chegar a 80% do custo total, estimado em pelo menos R$ 20 bilhões.

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