Novo presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, acena para seus apoiadores durante a cerimônia de posse em Tegucigalpa (Jorge Cabrera/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2014 às 16h58.
Tegucigalpa - Frear a crescente violência do narcotráfico será um dos maiores desafios do novo presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, o conservador que assumiu nesta segunda-feira o empobrecido país prometendo tolerância zero e pedindo que os Estados Unidos reconheçam a sua responsabilidade no assunto.
Com uma média de 20 mortes por dia, Honduras sofre com a ferocidade desenfreada dos cartéis de drogas do México, um problema que tira o sono dos hondurenhos. Hernández, um advogado de 45 anos, garante que terá mão de ferro.
"Qualquer política que Honduras estabeleça para combater a insegurança deve ter como eixo fundamental a luta contra a droga, o narcotráfico, o crime organizado, a lavagem de dinheiro e, consequentemente, a tolerância zero e ponto", disse ele em sua posse.
Para esse fim, ele anunciou que vai buscar o apoio da Colômbia e do México. Mas ele também apelou para uma maior participação dos Estados Unidos, principal consumidor mundial de narcóticos e destino da maioria das drogas que transitam por Honduras.
"Nos parece um caso de dois pesos e duas medidas que, enquanto nós colocamos os mortos, o sangue do nosso povo, e lutamos com recursos próprios limitados, a questão das drogas nos Estados Unidos é apenas um tema de saúde", disse o líder. "Isso não é justo." Hernández, do governista Partido Nacional, quer usar uma polícia militar recém criada para conter a onda de violência no segundo país mais pobre do hemisfério.
Poderosas organizações criminosas, como o cartel de Sinaloa, aumentaram a sua presença em terras hondurenhas para a fabricação de drogas sintéticas e o tráfico de cocaína da América do Sul aos Estados Unidos, corrompendo funcionários e cultivando uma violência maior do que aquela praticada por gangues juvenis.
Como legislador, Hernández estimulou uma reforma para dar poder de polícia ao Exército diante da corrupção generalizada da força civil. Seus opositores dizem que sua proposta de criar uma polícia militar com 5.000 membros é um retrocesso para a instituição do país.
Ele também incentivou a recente aprovação no Congresso de uma lei que autoriza a Força Aérea a abater aviões suspeitos de transportar drogas.