Theresa May: primeira-ministra ontem com Merkel e Macron para discutir o Brexit (Fabrizio Bensch/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2019 às 06h10.
Última atualização em 10 de abril de 2019 às 06h43.
O destino do Reino Unido está nas mãos do Conselho Europeu. Órgão composto pelos 27 líderes dos países membros se reúne nesta quarta-feira, 10, para debater o pedido da primeira-ministra britânica Theresa May de adiar novamente a saída do Reino Unido da União Europeia. Se o grupo não der parecer favorável à solicitação de May, o Brexit acontecerá na próxima sexta-feira, 12, sem a aprovação de um acordo entre as duas partes, o que pode provocar um caos econômico no continente.
Em carta ao presidente do órgão, Donald Tusk, May solicitou que o Brexit fosse adiado para o dia 30 de junho, com o Reino Unido se comprometendo a participar das eleições parlamentares da União Europeia do dia 23 de maio. As outras lideranças da União Europeia, no entanto, questionam se um adiamento de pouco mais de dois meses seria suficiente para que May possa assegurar a aprovação de um acordo de saída no Parlamento nacional, que já rejeitou três de suas propostas.
Na véspera do encontro do Conselho, Theresa May, em medida desesperada, se reuniu com dois dos mais influentes políticos do bloco para explicar a situação britânica e pedir apoio para sua solicitação. No mesmo dia, a primeira-ministra teve um encontro em Berlim com a chanceler alemã Angela Merkel, e depois rumou para Paris para conversar com o presidente francês Emmanuel Macron, que vinha dando declarações contra o adiamento do Brexit.
Durante os encontros de terça-feira, 9, as autoridades alemãs e francesas insistiram que qualquer prorrogação só seria possível com garantias expressas de Londres sobre a aprovação de um novo acordo. Os países querem clareza de May sobre o que ela fará para superar os impasses internos com os quais o Brexit vem sofrendo caso outro adiamento seja concedido.
Desde a semana passada, o governo conservador de May e a principal legenda de oposição britânica, o Partido Trabalhista, estão negociando para tentar chegar a um compromisso mútuo sobre o destino do Brexit e conseguir a aprovação do Parlamento. Uma carta publicada por Tusk no final do dia de ontem, contudo, deixa claro que os líderes europeus não estão confiantes que as conversas de May com a oposição sejam suficientes.
Um diplomata ouvido pelo jornal britânico The Guardian indicou que duas datas para a saída do Reino Unido são cotadas pelos membros do Conselho Europeu: dezembro de 2019 ou março de 2020. Ao que parece, as lideranças concordam com a declaração de Michael Roth, vice-ministro de Relações Exteriores da Alemanha, de que um Brexit desorganizado seria “a pior de todas as opções na mesa”. O duro é encontrar outra.