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Conselho de Segurança ouvirá representantes líbios

Órgão da OPnu fará outra reunião para discutir a situação na Líbia e deverá emitir uma declaração contra a violência utilizada pelo governo

Reunião do Conselho de Segurança: pressão pelo fim da violência na Líbia (Mario Tama/Getty Images)

Reunião do Conselho de Segurança: pressão pelo fim da violência na Líbia (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2011 às 14h58.

Nova York - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu realizar nesta terça-feira uma reunião aberta a todos os membros do organismo internacional sobre a situação da Líbia e ouvir representantes do país norte-africano.

Fontes diplomáticas disseram que em paralelo se cogita que o Conselho, que este mês está presidido pelo Brasil, poderá emitir uma declaração sobre os sangrentos fatos de segunda-feira na Líbia, onde o número de mortos pode ultrapassar a marca de 300.

"Queremos enviar uma mensagem ao regime líbio: que pare a violência e respeite os direitos humanos. Estamos trabalhando para isso", disse o embaixador da Alemanha perante a ONU, Peter Wittig, na saída da reunião do Conselho.

Os 15 membros do Conselho debateram durante mais de uma hora a situação do país norte-africano a portas fechadas.

Fontes diplomáticas indicaram que China e Rússia "não puseram impedimentos e querem seguir adiante" com a advertência ao regime do líder líbio, Muammar Kadafi.

Por enquanto há certa confusão sobre quem será o responsável de informar os membros das Nações Unidas sobre a situação nesse país, já que tanto o representante permanente, Abdurrahman Mohamed Shalgham, como seu adjunto, Ibrahim Dabbashi, solicitaram discursar com posições diferentes.

Dabbashi solicitou na segunda-feira à Presidência do Conselho uma reunião de urgência do principal órgão de decisões das Nações Unidas, ao tempo que indicou que Kadafi deve "deixar o poder o mais rápido possível".

Ao término dessa primeira reunião dos 15, Shalgam assinalou que está "ainda com Kadafi. É meu amigo".

O representante permanente líbio indicou que esteve conversando "com a Líbia, com os líderes, com o Ministério de Assuntos Exteriores e para que detenham o derramamento de sangue".

"Me escutem e me respeitem, e espero que em 24 horas haja mudanças e que a situação se tranqüilize", disse Shalgam.

O diplomata líbio admitiu que "há uma grande confusão" em seu país, mas negou a existência de bombardeios a manifestantes civis por parte das Forças aéreas, segundo afirmaram familiares por telefone.

Shalgam insistiu que ele é quem "representa a Líbia" perante as Nações Unidas, mas seu adjunto, Ibrahim Dabbashi, disse que embora estivesse em Nova York, "não está trabalhando".

Dabasshi assegurou que tomará a palavra perante o Conselho de Segurança quando se reunir a partir da 18h do horário de Brasília e que pedirá que "se decrete uma zona de exclusão aérea" na Líbia para evitar que se produzam novos bombardeios da população civil e pedirá que se abram corredores humanitários para assistir as vítimas.

"Estão atirando em qualquer um na rua", disse o embaixador adjunto da Líbia, enquanto assegurou que "o centro de Trípoli está controlado por mercenários" e que a revolução "não parará até que o povo prevaleça".

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