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Conselho de Segurança da ONU exige fim imediato de ataques huthis no Mar Vermelho

A resolução, proposta por Estados Unidos e Japão, teve 11 votos a favor e as abstenções de Rússia, China, Moçambique e Argélia

ONU: O texto também "condena nos termos mais contundentes os ataques contra navios mercantes e comerciais realizados desde 19 de novembro (Khaled Ziad/AFP)

ONU: O texto também "condena nos termos mais contundentes os ataques contra navios mercantes e comerciais realizados desde 19 de novembro (Khaled Ziad/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 06h43.

O Conselho de Segurança da ONU exigiu nesta quarta-feira, 10, o fim imediato dos ataques huthis à navegação comercial no Mar Vermelho, e pediu aos países que respeitem o embargo de armas a esses rebeldes, que controlam grande parte do Iêmen.

A resolução, proposta por Estados Unidos e Japão, teve 11 votos a favor e as abstenções de Rússia, China, Moçambique e Argélia, e "exige que os huthis cessem imediatamente todos os ataques que impedem o comércio global e que solapam os direitos de navegação e as liberdades, assim como a paz e segurança da região".

O texto também "condena nos termos mais contundentes os ataques contra navios mercantes e comerciais realizados desde 19 de novembro", quando os 25 tripulantes do Galaxy Leader foram sequestrados.

O órgão máximo da ONU para a paz e segurança mundiais "toma nota" do direito dos Estados-membros de defender os navios de ataques.

Desde o começo do conflito entre Israel e o Hamas, em outubro, os huthis, ligados ao Irã, intensificaram seus ataques no Mar Vermelho para prejudicar o tráfego marítimo internacional, alegando que atuam em solidariedade aos palestinos de Gaza.

"Não podemos deixar de nos preocupar com a situação atual no Mar Vermelho, mas nos preocupa que os Estados Unidos e seus aliados prefiram, como fazem com frequência, optar por uma solução unilateral pela força", denunciou o embaixador russo, Vassili Nebenzia.

Após apontar as violações "em larga escala" do embargo de armas contra os huthis, a resolução reitera a necessidade de que todos os Estados-membros "respeitem suas obrigações" a esse respeito.

Segundo o relatório mais recente dos especialistas encarregados pelo Conselho de supervisionar o embargo de armas, datado de novembro, os huthis "reforçam consideravelmente sua capacidade militar em terra e no mar, bem como seu arsenal de mísseis e aviões não tripulados, violando o embargo".

A resolução pede que sejam discutidas "as causas profundas" da situação, "incluindo os conflitos que contribuem para as tensões regionais".

A Rússia, cujas três emendas ao projeto de resolução foram rejeitadas, queria acrescentar "o conflito na Faixa de Gaza" à lista de fatores que contribuem para as tensões.

Estabelecer essa relação com Gaza "teria encorajado os huthis e aberto um precedente perigoso para o Conselho, ao legitimar essas violações do direito internacional", explicou a embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, que criticou o apoio "financeiro e material" do Irã aos rebeldes iemenitas.

"Sabemos que o Irã está bastante envolvido no planejamento de operações contra navios comerciais no Mar Vermelho", ressaltou Linda.

"Continuamos muito preocupados com a situação no Mar Vermelho, não apenas pela situação em si, os riscos para o comércio mundial, o meio ambiente e as pessoas, mas também devido ao risco de escalada para um conflito mais amplo no Oriente Médio", declarou o porta-voz de Antonio Guterres, secretário-geral da ONU.

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