Jovens comemoram independência do Sudão do Sul: país será o 193º na ONU (Paul Banks/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2011 às 13h24.
Nova York - O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta quarta-feira a admissão do Sudão do Sul como parte do organismo multilateral, e enviou a decisão à Assembleia Geral para que seja votada nesta quinta-feira.
"O Conselho de Segurança recomenda à Assembleia Geral que a República do Sudão do Sul seja admitida como membro das Nações Unidas", afirma a breve resolução 1.999 aprovada por unanimidade pelo principal órgão executivo da ONU em reunião presidida pelo ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle.
Após o sinal verde do principal órgão de segurança internacional à incorporação do Sudão do Sul à ONU, depois de o país ter formalizado sua independência no sábado passado, o voto da Assembleia Geral será apenas um trâmite para que o novo Estado africano se transforme no membro número 193 do organismo.
"Em nome dos membros do Conselho de Segurança, felicito a República do Sudão do Sul nesta ocasião histórica", disse Westerwelle, cujo país está a cargo da presidência rotativa do Conselho neste mês.
O principal órgão internacional de segurança observa "com grande satisfação o solene compromisso da República do Sudão do Sul de defender os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e de cumprir todas as obrigações que constam nela", apontou o comunicado.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, participou da sessão do Conselho de Segurança e também considerou sua decisão como "histórica", e recordou a guerra civil de 21 anos enfrentada pelos sudaneses do sul, com milhões de deslocados e milhares de mortos.
"Agora eles têm seu próprio país, mas o trabalho apenas começou: as instituições de governo são frágeis e eles têm tremendos desafios pela frente em todos os campos, como os serviços sociais, a saúde e a educação", disse Ban.
Além disso, o principal responsável da ONU afirmou que o Estado africano recém-criado atualmente tem os mais baixos indicadores de desenvolvimento humano e, "como qualquer recém-nascido, o Sudão do Sul precisa de ajuda".
Ban ressaltou que as responsabilidades da ONU em relação ao país africano "são enormes" e o papel da instituição é "vital", mas "também complicado", já que a região enfrenta problemas após a saída dos "capacetes azuis" do Sudão e os conflitos de Darfur, Cordofão do Sul e a região petrolífera de Abyei.
Segundo o procedimento das Nações Unidas, uma vez que o Conselho de Segurança aprovou por unanimidade a solicitação de incorporação do Sudão do Sul ao organismo, corresponde à Assembleia Geral, que se reunirá nesta quinta-feira, dar o sinal verde definitivo ao novo membro.