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Conselho da OLP encerra cooperação de segurança com Israel

Decisões do Conselho Central da OLP devem agora ser ratificadas pelo Comitê Executivo da Organização

Membro das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa em um campo de refugiados em 2 de janeiro (Musa al-Shaer/AFP)

Membro das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa em um campo de refugiados em 2 de janeiro (Musa al-Shaer/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2015 às 09h15.

Ramallah - O Conselho da Organização de Libertação da Palestina (OLP) decidiu nesta quinta-feira à noite romper a cooperação de segurança com Israel, uma medida potencialmente explosiva que, se aplicada, levará o conflito israelense-palestino a uma nova fase.

Além disso, "apela à potência ocupante a assumir todas as responsabilidades para com o povo palestino no Estado da Palestina ocupada, na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e em Gaza", uma decisão cujas consequências equivalem a uma dissolução da Autoridade Palestina do presidente Mahmud Abbas, criada em 1994 na esteira dos acordos de Oslo sobre a autonomia dos palestinos.

As decisões do Conselho Central da OLP devem agora ser ratificadas pelo Comitê Executivo da Organização, acrescentou o comunicado, sem informar as datas.

Reunidos desde a quarta-feira em Ramallah, sede da Autoridade Palestina na Cisjordânia, 80 dos 110 membros do Conselho Central da OLP (CCOLP) efetivaram uma ameaça esgrimida muitas vezes mas nunca consumada.

Os membros do Conselho decidiram cessar "a cooperação em matéria de segurança em todas as formas" com Israel, pedra angular da Autoridade Palestina, entidade criada em 1994 após os Acordos de Oslo sobre a autonomia, e urgiu a Israel que "assuma todas as suas responsabilidades como potência ocupante" em relação ao povo palestino.

Segundo Mustafah Barghuthi, membro do CCOLP, com estas decisões "a Autoridade se nega a desempenhar qualquer papel supletório do ocupante israelense", que prossegue com a colonização dos Territórios ocupados e se nega, desde janeiro, a repassar à Autoridade cerca de 500 milhões de euros em impostos visando sufocar financeiramente uma Autoridade em crise política.

As decisões do Conselho Central deverão ser ratificadas agora pelo Comitê Executivo da organização, dirigida, como a Autoridade Palestina, pelo presidente Mahmud Abbas.

A OLP não precisou um calendário e, por enquanto, a cooperação segue na prática, destacam fontes militares de Israel na rádio estatal israelense.

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