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Conheça os protagonistas do conflito político catalão

Decidido a celebrar neste domingo (1) um referendo de autodeterminação, o governo catalão está em conflito com o governo central na Espanha

Carles Puigdemont: o presidente catalão milita pela independência desde a sua juventude (Jon Nazca/Reuters)

Carles Puigdemont: o presidente catalão milita pela independência desde a sua juventude (Jon Nazca/Reuters)

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AFP

Publicado em 29 de setembro de 2017 às 16h37.

Seguem as principais personalidades do conflito político entre o governo espanhol e o Executivo regional catalão, decidido a celebrar neste domingo um referendo de autodeterminação.

Mariano Rajoy

O líder do conservador Partido Popular (PP), de 62 anos, é o presidente do governo espanhol desde dezembro de 2011. Após as legislativas de 2016, governa em minoria com o apoio do partido liberal Ciudadanos, surgido na Catalunha para lutar contra o separatismo.

O PP é apenas a quinta força política na Catalunha, onde obteve 13% dos votos nas últimas eleições regionais em 2015 e tem apenas uma Prefeitura.

Rajoy batalhou contra o novo estatuto de autonomia da Catalunha aprovado em 2016, que dava mais competências à região e a elevava ao nível "nação". A partir de um recurso de seu partido, o Tribunal Constitucional o anulou parcialmente, desatando a ira de muitos catalães.

Seus detratores o acusam de ter deixado a questão catalã crescer e ter feito prosperar assim a causa separatista. Rajoy insiste em que não pode negociar a celebração de um referendo na região porque é incompatível com a Constituição.

Carles Puigdemont

Ex-jornalista de 54 anos, o presidente catalão milita pela independência desde a sua juventude.

Chegou à Presidência da região no começo de 2016, quando a CUP, partido de extrema esquerda de cujo apoio precisa na câmara regional, exigiu a partida de seu antecessor Artur Mas, a quem culpava das políticas de austeridade aplicadas durante a crise.

Puigdemont está decidido, custe o que custar, a celebrar o referendo. Caso vença o sim, promete que a Catalunha empreenderá rapidamente a "desconexão" com o restante da Espanha.

Atualmente, é objeto de uma investigação por "desobediência", "prevaricação" e "desvio de recursos públicos" pela organização do referendo.

Soraya Sáenz de Santamaría

Vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santa María, de 46 anos, é braço-direito de Rajoy, a quem confiou a delicada pasta de Administrações Territoriais.

Ela impulsionou uma "operação diálogo" com os independentistas, que não rendeu frutos. O governo prometeu investimentos de 4,2 bilhões de euros na Catalunha até 2020, um montante considerado insuficiente e tardio em uma região que reivindica mais poderes e mais dinheiro para suas infraestruturas.

Oriol Junqueras

Aos 48 anos, é o líder do partido separatista de esquerda Esquerra Republicana de Catalunya (ERC), que reivindica a independência desde 1931.

Deputado europeu de 2009 a 2011 é, desde janeiro de 2016, o vice-presidente do governo catalão de Puigdemont.

Este professor de história na Universidade de Barcelona também está sendo investigado por "desobediência", "prevaricação" e "desvio de recursos públicos" pela organização do referendo.

Carme Forcadell

Após liderar durante anos as manifestações multitudinárias pela independência da Catalunha, é presidente do Parlamento regional catalão desde outubro de 2015. Nele, os partidos separatistas são majoritários em assentos, mas não em votos (47,6%). É egressa do ERC.

Foi muito criticada este mês, quando a Câmara fez adotar pelo procedimento de urgência e sem debate de fundo duas leis rapidamente suspensas pelo Tribunal Constitucional e encaminhadas a permitir o referendo.

Está sendo investigada igualmente por "desobediência", "prevaricação" e "desvio de recursos públicos", e não duvidou em se manifestar em 22 de setembro, em Barcelona, perante um tribunal, onde compareciam funcionários detidos por seu papel na organização da consulta.

Ada Colau

Esta ativista social de 43 anos nunca tinha feito política antes de ser eleita prefeita de Barcelona em 2015. Ficou conhecida como a porta-voz de uma plataforma contra os despejos em plena crise econômica na Espanha.

Assegura que nunca foi separatista, mas deu sua permissão para que o governo catalão abra colégios eleitorais em Barcelona no domingo.

Seu partido, Catalunya en Comú, chama a participar da consulta proibida de 1º de outubro, ainda que sem dar consigna de voto.

E argumenta que os separatistas não poderão proclamar sozinhos uma independência unilateral que ninguém reconheceria.

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