Fabricantes buscam embalagens mais sustentáveis para suas bebidas (Fotomontagem)
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2011 às 12h48.
São Paulo - A fabricação de garrafas em PET, vidro ou biodegradáveis, são opções que usam métodos diferentes desde a escolha de sua matéria-prima até o descarte. Apesar de terem a mesma finalidade, o processo de produção e reaproveitamento de cada uma delas deve ser bem analisado na hora de escolher qual será a melhor para o meio ambiente.
Para esclarecer um pouco do processo de cada uma delas o CicloVivo separou as vantagens e desvantagens que elas oferecem para a natureza. Pensando nos problemas e na melhor resposta para o meio ambiente a maior fabricante de embalagens de vidro do mundo, Owens-Illinois Brasil, em parceria com a Guaraná Antártica, relançou a garrafa retornável de vidro de um litro.
Este conceito de garrafa pode voltar para o envasador até 30 vezes, sem perda de qualidade na embalagem ou contaminação do produto por substâncias nocivas.
A principal vantagem de se adotar este tipo de embalagem está relacionada ao meio ambiente. A estratégia da marca se baseou na ideia de estimular os consumidores a adotarem práticas mais sustentáveis. “A procura por embalagens retornáveis de vidro vem crescendo no mercado nacional, pois geram menos resíduos em comparação a outros materiais de embalagens, ou seja, as garrafas de vidro são mais ecológicas e sustentáveis”, afirma Ricardo Vieira Leonel, diretor de Vendas e Marketing da O-I.
A outra vantagem atinge o consumidor final que pode pagar por um litro de refrigerante apenas R$ 1,00 e ainda oferece um sabor melhor do que o embalado em plástico.
A segunda maior fábrica do mundo da Coca-cola, localizada em Jundiaí, também embarcou na onda dos retornáveis e investiu 13 milhões de reais para iniciar a operação da nova linha de refrigerante que será embalado somente em garrafas de vidro.
Quando os descartáveis chegaram ao mercado, eles revolucionaram o mundo com sua praticidade, mas na década de 90, o cuidado com o meio ambiente era segundo plano, ou não se sabia qual seria o tamanho do estrago ao fazer uso desta nova tecnologia.
O que se sabia era que a eficiência e comodidade que as garrafas de refrigerantes de PET ofereciam eram muito maiores e inquestionáveis comparando-as com as de vidro. Além de terem como ponto positivo o fato de serem mais leves e resistentes, e dispensarem a troca na hora da compra, facilitando a vida do consumidor e do próprio comerciante que deveriam ter espaços físicos para guardar o “estoque”.
Para os fabricantes a tecnologia significou redução de custos uma vez que o transporte (logística reversa) e o tratamento para a limpeza das garrafas foram cortados.
Apesar de o material ser 100% reciclável, ele não pode retornar ao mercado como embalagens de outros alimentos - resolução 105/99 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mesmo podendo passar pelo processo de reciclagem, ainda faltam políticas públicas que incentivem a implantação da coleta seletiva para evitar a contaminação de solos e rios ao descartar o plástico em aterros sanitários. Além disso, sai mais barato para o fabricante comprar a resina virgem do que a reciclada.
De acordo com o site Coluna Zero, cerca de 68% de todos os refrigerantes produzidos no país atualmente, são envasados em PET. O que mostra claramente que mesmo hoje, com toda informação e com a consciência ambiental divulgada, a comodidade ainda fala mais alto, ou seja, é mais fácil mudar a matéria-prima das garrafas PET do que o comportamento das pessoas.
O fato é que o consumo de refrigerantes embalados em garrafas PET aumentou e, consequentemente, o número de descartáveis, resíduos gerados e extração do petróleo para atingir a grande demanda também.
O fator “bola de neve” e o consumo desenfreado acabam por atingir o meio ambiente pela exploração do petróleo, fonte de energia não renovável, poluidora e que no final da cadeia produtiva gera resíduos que têm tempo de decomposição indeterminado.
Apesar de o vidro levar quatro mil anos para se decompor, ele não utiliza o petróleo em sua fabricação. Uma garrafa de vidro pode ser reenchida diversas vezes, formando um ciclo contínuo dispensando a necessidade de destruição para a fabricação de um novo vasilhame ao contrário das garrafas PET, que para serem recicladas demandam muita energia. Mesmo assim, ambas precisam de água para sua reutilização.
Uma das soluções “ecologicamente corretas” são as garrafas plásticas biodegradáveis, que se decompõem mais rapidamente e emitem menos CO2. No entanto, sua produção significa que muitas áreas florestadas podem ser desmatadas para a produção de milhos, por exemplo. Outra desvantagem é que materiais biodegradáveis não podem ser reciclados.
Mude seus hábitos de costume e dê preferência aos produtos ambientalmente corretos e às empresas que adotam medidas e posturas de preservação e conservação do planeta. Faça a sua parte e incentive parentes a amigos, dando exemplos de sustentabilidade. Segundo a Sindicerve – Sindicato Nacional da indústria da Cerveja, circulam no Brasil atualmente cerca de cinco bilhões de unidades de garrafas retornáveis de vidro.