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Congresso mundial exige desarmamento nuclear de potências

Encontro fez um apelo às potências nucleares para que abram mão de seus arsenais atômicos em prol da paz

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2014 às 17h31.

Astana - O 21º congresso mundial da Associação Internacional de Médicos para a Prevenção da Guerra Nuclear (IPPNW) teve início nesta quarta-feira em Astana, no Cazaquistão, com um apelo às potências nucleares para que abram mão de seus arsenais atômicos em prol da paz.

Mais de 500 representantes de 50 países estão na capital cazaque para participar do evento, cujo tema "Da proibição dos testes nucleares a um mundo livre de armas atômicas" está presente em diversos painéis no Palácio da Independência, onde o encontro acontece.

"É simbólico que este fórum seja realizado na República do Cazaquistão, país que sofreu testes nucleares e que hoje é um dos líderes do movimento antinuclear", disse em sua mensagem destinada aos participantes do congresso o presidente cazaque, Nursultan Nazarbayev.

Foi ele que, na época da União Soviética, começou a falar sobre a necessidade de acabar com os testes nucleares no polígono de Semipalatinsk, perto da antiga cidade de mesmo nome (e agora chamada Semey), uma das regiões mais afetadas por radiação no mundo.

Semey, que se transformou em símbolo da tragédia do povo cazaque, com inumeráveis mortos e vítimas de doenças causadas por radiação, foi no dia 14 de agosto o ponto de partida de um evento ciclístico criado por um grupo de estudantes de medicina de oito países para chamar a atenção da comunidade internacional para o problema.

"Nós, como médicos unidos na IPPNW, tentamos contribuir com nossa voz profissional para o entendimento de todas essas consequências horrorosas a fim de que milhões de pessoas se somem a nosso movimento", disse Abay Baygenzhin, presidente do congresso, à Agência Efe.

Por sua vez, Karipbek Kuyukov, um pintor cazaque que nasceu sem mãos devido ao alto nível de radiação em sua cidade natal, Yegindibulak, afirmou ontem no encontro que se sente orgulhoso por ser cidadão de um país que é líder na oposição ao desenvolvimento das armas nucleares. Ativista do movimento antinuclear Atom, ele pediu aos participantes do encontro que mantenham a esperança na luta contra as armas atômicas e foi aplaudido de pé.

Já o chefe do departamento de Desarmamento Nuclear e Segurança do Ministério de Assuntos Europeus, Exteriores e de Integração da Áustria, Ronald Sturm, mostrou certa cautela a respeito dos avanços neste tema.

"Definitivamente, não avançamos na direção correta. Apesar de uma quantidade de armas nucleares ter sido eliminada, principalmente graças aos esforços da Rússia e dos Estados Unidos, ainda não observamos claros e convincentes indícios de que o enfoque da política nuclear tenha mudado", lamentou.

"Ainda contamos com armas nucleares em estado de alerta máximo e vivemos uma enorme expansão da modernização dessas armas", advertiu.

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