A reforma imigratória é defendida pelo presidente dos EUA, Barack Obama. A atual legislação data de 1986, e a última tentativa de reformá-la foi em 2007 (REUTERS/Mike Theiler)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2013 às 21h48.
Washington - O Congresso dos Estados Unidos inicia nesta semana seu primeiro debate em seis anos a respeito de uma reforma imigratória abrangente, testando se entidades patronais e sindicais são capazes de preservar um acordo delicadamente costurado e que já está sob ataque.
Para 11 milhões de imigrantes sem documentos, o projeto que tramita no Senado é sua melhor esperança de eliminar a ameaça de deportação e encontrar um caminho para a eventual obtenção da cidadania. A atual legislação data de 1986, e a última tentativa de reformá-la foi em 2007.
O ambicioso projeto destinaria mais verbas federais para o reforço da vigilância na fronteira sudoeste, mas também prevê uma modernização no sistema de concessão de vistos, de modo a permitir que mais trabalhadores, qualificados ou não, possam entrar.
Mas, num prenúncio da briga pela frente, a conservadora Fundação Heritage divulgou nesta segunda-feira um estudo concluindo que a legislação custaria 6,3 trilhões de dólares ao governo nos próximos 50 anos, à medida que imigrantes ilegais se tornem cidadãos e passem a ter direitos a benefícios públicos.
O estudo foi rapidamente criticado por outros conservadores, que o acusaram de não levar em conta os benefícios econômicos da legalização de 11 milhões de pessoas.
Emendas ao projeto bipartidário de 844 páginas, produto de meses de negociações, começaram a chegar à Comissão de Justiça do Senado, que irá considerar a medida na quinta-feira.
Se prevalecer a vontade de seus apoiadores, entre os quais o presidente do país, Barack Obama, a legislação sairá neste mês da comissão em condições de ser aprovada por ampla maioria no plenário do Senado.
Mas antes disso muitos grupos, de ativistas da causa gay a representantes de empreiteiras, estão se dirigindo ao Capitólio para tentar emplacar alterações.
"Todo lobista que tem algum interesse na reforma imigratória vai estar (no Congresso)", disse Emily Lam, do Grupo de Liderança do Vale do Silício, que representa empresas de alta tecnologia, como eBay, Microsoft e Yahoo!, entre outras.
No primeiro trimestre de 2013, 500 organizações e empresas se registraram para fazer lobby na questão da imigração.