Obama: segundo lei americana, administração deveria ter notificado Congresso do plano (Saul Loeb/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2014 às 20h40.
A Câmara de Representantes dos Estados Unidos adotou nesta terça-feira uma resolução condenando a administração do presidente Obama por ter trocado o sargento americano Bowe Bergdahl por cinco talibãs que estavam presos Guantánamo, sem que o Congresso fosse informado.
A resolução, que teve impacto apenas simbólico, foi emitida pelos republicanos e recebeu o apoio de parte dos democratas (22 de 199), com um total de 249 votos a favor e 163 contra.
Segundo a lei americana, a administração de Obama deveria ter notificado o Congresso de seu plano de troca de prisioneiros com 30 dias de antecedência.
Mas os políticos só foram informados no dia da troca, em 31 de maio, em uma clara violação da lei, de acordo com um relatório do Escritório de Prestação de Contas (GAO, na sigla em inglês).
O sargento Bergdahl desapareceu no Afeganistão em 2009. Depois de cinco anos de cativeiro, Washington temia por seu estado de saúde, o que levou à sua troca por cinco talibãs detidos na base militar de Guantánamo. Os talibãs foram transferidos depois para o Catar.
A troca causou polêmica em Washington. Para alguns conservadores, o preço pago por Bowe Bergdah - que alguns acusam de ter desertado - foi alto demais. A troca causou descontentamento entre aqueles que consideram que negociar com "terroristas" abre um perigoso precedente.
"Ao negociar com terroristas, o governo Obama estimula nossos inimigos", declarou nesta terça John Boehner, presidente da Câmara.
"Ao libertar cinco presos talibãs, o governo Obama comprometeu a segurança dos Estados Unidos. E ignorando a lei que obriga a Casa Branca a notificar o Congresso pelo menos 30 dias antes desse tipo de troca, o governo Obama enfraqueceu nossas instituições democráticas".